“Ricardo Salgado nunca fez uso da sua posição para influenciar algo ou obter tratamento que pudesse ser censurado”, garante Durão Barroso

Durão Barroso garantiu, em tribunal, que “nunca Ricardo Salgado fez qualquer uso da sua posição para obter qualquer tratamento que pudesse ser censurado ou influenciar algo”.

O antigo primeiro-ministro, que trabalhou no BES nos anos 1990, prestou esta terça-feira declarações como testemunha no caso EDP – neste processo, o antigo ministro Manuel Pinho responde por dois crimes de corrupção passiva, um de branqueamento e um de fraude fiscal, enquanto a Ricardo Salgado o Ministério Público imputou dois crimes de corrupção ativa e um de branqueamento. Já Alexandra Pinho responde por um crime de branqueamento e outro de fraude fiscal, ambos em coautoria com o marido.

Sobre o alegado acordo entre Manuel Pinho e Ricardo Salgado, o ex-líder do PSD salientou que “não há um génio político” que pudesse adivinhar, em março de 2004, o que se iria passar em julho do mesmo ano, quando se decidiu demitir. “Nem eu sabia nessa altura”, referiu. O Ministério Público acusou o antigo ministro da Economia do Governo de José Sócrates (2005-2009) de ter feito um acordo com Miguel Salgado para uma série de benefícios, sobretudo a promessa de obter reforma aos 55 anos, quando saiu em março de 2005 do BES para o ministério, para favorecer os interesses do banqueiro.

Em 2004, Durão Barroso era o rosto principal de um Governo de maioria, e viria a sair mais tarde para a Comissão Europeia, com a promessa de que não haveria dissolução da Assembleia da República.