Remunerações dos certificados de aforro tornam-se mais atrativas com aumento das taxas de juro, explica economista

A proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE 2023), apresentou na semana passada números que mostram que os certificados de aforro deverão registar subscrições líquidas de 415 milhões de euros.

Paulo Rosa, Economista Sénior do Banco Carregosa, explicou à ‘Executive Digest’ que este valor “é a diferença entre a amortização de títulos de certificados de aforro. No documento da Proposta de Orçamento do Estado para 2023, o executivo prevê que os certificados de aforro registem subscrições líquidas de 415 milhões de euros em 2023, ou seja, emissão de 1,754 milhões de euros e amortização de 1,339 milhões de euros”.

Para além disso, o economista explica que “o executivo estima que a maioria das subscrições líquidas sejam realizadas este ano, no montante de 2,980 milhões de euros. Emissão de 3,963 milhões de euros e amortização de 713 milhões de euros”.

Questionado sobre a atratividade dos certificados de aforro, Paulo Rosa clarifica que “à medida que as taxas de juro aumentam, sobretudo as Euribor, em resultado da política restritiva do BCE, as remunerações dos certificados de aforro (CA) são cada vez mais atrativas”, mas acrescenta que “todavia, como os CA têm um limite máximo de remuneração, caso as taxas de juro, tais como as Euribor, subirem acima dessa fasquia, outras alternativas de investimento se afigurarão mais atrativas”.

Sobre o futuro, “a evolução da guerra na Ucrânia, uma potencial intensificação da crise energética na Europa à medida que o inverno se avizinha e uma cada vez mais provável recessão em várias geografias da Zona Euro ditarão a evolução das Euribor nos próximos meses e por conseguinte as remunerações dos certificados de aforro”.

“Uma postura gradualmente mais agressiva do BCE, refletida numa aceleração da alta dos juros para lidar com a inflação mais elevada das últimas décadas, determinará melhores remunerações para os certificados de aforro. Todavia, esta alta acentuada dos juros acelera ainda mais as perspetivas de recessão, já de si penalizadas pela agudização da crise energética, podendo culminar numa reversão da atual política do BCE. A economia é ditada por constantes reequilíbrios”, conclui o Economista Sénior do Banco Carregosa.

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