Rebeldes sírios lançam ataque surpresa que causa mais de 130 mortos: aviões russos bombardeiam perto da fronteira com Turquia
As organizações rebeldes no norte da Síria lançaram esta quinta-feira uma operação de “agressão dissuasiva” nas províncias de Aleppo e Idlib e capturaram assentamentos: segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado na Grã-Bretanha, o grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e fações rebeldes aliadas lançaram um ataque surpresa ao exército sírio na província de Aleppo, no norte do país.
De acordo com o observatório, “o número de mortos nas últimas 24 horas é de 132, incluindo 65 combatentes da Hayat Tahrir Am-Sham, 18 dos seus aliados e 49 soldados do exército sírio”.
O exército sírio salientou que as suas forças responderam ao ataque lançado pelos rebeldes: de acordo com a agência ‘Reuters’, a Força Aérea síria, assim como as forças russas que auxiliavam Damasco na guerra civil, bombardearam áreas mantidas pelos rebeldes perto da fronteira com a Turquia.
As batalhas na província de Aleppo têm decorrido perto da província de Idlib – segundo o centro de monitorização, este é o maior número de vítimas em batalhas na região nos últimos anos. A “agressão dissuasiva” permitiu aos rebeldes assegurar o controlo de 21 vilas e locais na zona rural ocidental de Aleppo – em pouco tempo, após confrontos com forças do regime, os rebeldes alcançaram uma distância de 10 quilómetros da cidade de Aleppo.
De acordo com as autoridades sírias, as “organizações terroristas armadas agrupadas na chamada ‘frente terrorista Nusra'” utilizaram “armas médias e pesadas” que tiveram “como alvo vilas e cidades seguras e nossos locais militares nessas áreas”. O exército, “em cooperação com forças amigas”, enfrentou o ataque “que ainda continua”, infligindo “pesadas perdas” aos grupos armados, disse o comunicado militar.
Segundo o Observatório, “aviões de guerra russos intensificaram os ataques aéreos”, visando as proximidades de Sarmin e outras áreas na província de Idlib, assim como “bombardeamentos de artilharia pesada” e disparos de foguetes.
O Hayat Tahrir al-Sham, que costumava ser afiliada da Al-Qaeda islâmica na Síria, controla partes da província de Idlib e pequenas áreas das províncias vizinhas de Aleppo, Hama e Takiya.
A guerra civil na Síria começou depois de o presidente Bashar al-Assad ter reprimido protestos anti-governamentais em 2011 e se transformou em um conflito complexo que envolveu exércitos estrangeiros e jihadistas. Foi responsável pela morte de mais de 500 mil pessoas, deslocou milhões e destruiu a infraestrutura e a indústria do país. A região de Idlib está sujeita a um cessar-fogo — repetidamente violado, mas ainda em grande parte mantido — mediado pela Turquia e pela Rússia, aliada de Damasco, após uma ofensiva do Governo sírio em março de 2020.
#BREAKING #Syria JUST IN: Massive Russian airstrikes on the advancing Hayat Tahrir al-Sham forces continue. pic.twitter.com/RR1BbJ7Eo8
— The National Independent (@NationalIndNews) November 28, 2024