Questões económicas e desemprego preocupam os portugueses. Foco está em poupar mais e consumir menos

O impacto do aumento dos preços, da inflação, da guerra na Ucrânia e o panorama económico mundial são os catalisadores para uma perspetiva menos positiva dos portugueses no que respeita à economia nacional.

Os dados recolhidos no mês de março e presentes no ISGIndex, o índice de confiança dos consumidores, desenvolvido pelo Observatório de Economia do CIGEST, mostram que os portugueses se preocupam em poupar mais e consumir menos.

De acordo com este índice, as questões económicas e o desemprego preocupam os portugueses com 70% dos inquiridos a demonstrar preocupação com o primeiro tema e 31% sobre o segundo.

No entanto, e tendo em conta os acontecimentos recentes no panorama geopolítico mundial, a “Guerra” é o segundo fator que mais preocupa os cidadãos, com 60% a apontarem este como um dos fatores mais preocupantes.

Apesar de uma expetativa positiva com o crescimento do PIB verificado nos últimos dados oficiais de 2021, numa escala entre 1 e 5, entre pessimista e otimista, 43% dos inquiridos posicionaram-se no valor 2, o que contrasta com o otimismo vivido desde o final de 2021.

Neste cenário, os portugueses mostram-se com menos propensão para consumir. De acordo com o estudo 57% (45% no nível 2 e 12% no nível 1) dos inquiridos mostram intenção de retrair os níveis de consumo. Por outro lado, 71% (41% no nível 4 e 30% no 5) dizem querer aumentar a poupança nos próximos seis meses.

Paralelamente, a variável investimento apresenta valores próximos da poupança uma vez que os produtos financeiros mais conservadores apresentam taxas de rentabilidade muito pouco atrativas. Isto poderá antever uma deslocação de rendimento destinado a poupança para investimento.

O ISGIndex resultou de um inquérito desenvolvido junto de cidadão portugueses, com uma maior representatividade nas faixas etárias dos 21 aos 30 anos e dos 41 aos 50, sendo que 47% foram do sexo feminino e 53% do sexo masculino.