Portugal tem “pessoas altamente qualificadas com experiência profissional a nível internacional”, diz diretor de engenharia da Fidel API

A Fidel API, que tem um hub tecnológico em Lisboa e escritórios em Londres e Nova Iorque, levantou recentemente 65 milhões de dólares (cerca de 60 milhões de euros) numa ronda de financiamento série B liderada pela Bain Capital Ventures e com a participação dos investidores NYCA Partners, QED Investors, entre outros.

Em entrevista à ‘Executive Digest’, Carlos Vilhena, diretor de engenharia, explica que a fintech é uma “plataforma de infraestrutura financeira global que permite aos programadores construir experiências programáveis no momento em que uma transação ocorre em qualquer cartão de pagamento”.

“Os nossos clientes, desde startups a empresas globais, usam as ferramentas e os serviços da Fidel API para poderem criar soluções em vários setores, incluindo recibos digitais, atribuição de clientes, fidelidade e recompensas, gestão de despesas comerciais e gestão de finanças pessoais”, acrescenta.

Quando questionado sobre o apoio específico que a fintech presta às empresas, Carlos Vilhena explica que ajuda a “criarem soluções e experiências personalizadas para os seus clientes à volta do momento do pagamento, desde recibos digitais ou programas de fidelidade e recompensas.”

Para além disso, “ao permitirmos acesso em tempo real a transações que ocorrem tanto online como offline, em redes como a Visa, Mastercard e American Express, permitimos aos nossos clientes criarem experiências que potenciam o seu negócio e ao mesmo tempo dão uma experiência mais rica aos seus utilizadores”.

O financiamento anunciado no início deste mês impulsionou o objetivo da empresa em duplicar o número de colaboradores em Portugal até final de 2022, estando atualmente a curar talento português para se juntar à sua equipa local de engenharia, produto e design.

A motivação na contração de talento nacional “tem a ver com a qualidade do talento em Portugal”. O diretor de engenharia da Fidel API explica que “temos pessoas altamente qualificadas, com experiência profissional a nível internacional e em ambientes complexos, que são uma mais-valia para empresas como a Fidel API. Para além disso, produzimos talento altamente qualificado todos os anos em diversas universidades nacionais, o que nos permite continuar a expandir ano após ano”.

No entanto, destaca também aspetos como o fuso horário, pois é ideal para o trabalho com clientes tanto no continente europeu como também nos Estados Unidos, a estabilidade e o ecossistema tecnológico em grande desenvolvimento do país.

O foco das contratações é nos setores de engenharia e produto, apesar de não excluírem a possibilidade de contratar noutras áreas e para outros departamentos. “Neste sentido, queremos expandir-nos em Portugal para além dos 52 trabalhadores que temos atualmente. Com este ponto de partida em mente, no ano de 2022 queremos duplicar a nossa equipa em Portugal ao apostar de novo no talento nacional em TI”, acrescenta Carlos Vilhena.

A empresa tem uma cultura diferenciadora, que tem sido um objetivo desde o início, com “base na confiança” e opta por não controlar horários e calendários dos funcionários. “Os nossos colaboradores sabem que o importante é entregar um trabalho final de excelência, não é por estarem a trabalhar mais de oito horas diárias que o produto será o ideal.”

O diretor de engenharia explica que “ao confiar nos profissionais que contratamos, também acreditamos que benefícios como férias ilimitadas são apenas uma das formas de olhar para a extensão da liberdade, necessária para desenvolver um produto final digno de ser apresentado aos nossos clientes”.

Por fim, sobre a evolução do setor financeiro em termos globais, Carlos Vilhena diz que “tem sido incrível”, explicando que neste momento há várias empresas a resolver desafios concretos com uma qualidade muito mais elevada, face ao passado onde a maior parte dos serviços financeiros estavam em bancos e redes de multibanco e cartões de débito e crédito.

“Ao nível aplicacional para consumo, temos imensa inovação em bancos digitais, aplicações de gestão de finanças, entre outros”, conclui.

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