“Plano para a vitória” da Ucrânia inclui convite para adesão à NATO, revela chefe do gabinete de Zelensky
A adesão da Ucrânia à NATO faz parte de um ambicioso “plano de vitória” delineado por Kyiv para pôr fim à guerra com a Rússia, confirmou Andriy Yermak, chefe do Gabinete Presidencial ucraniano.
Durante a sua visita aos Estados Unidos esta semana, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, pretende apresentar este plano ao presidente dos EUA, Joe Biden. Embora Zelenskyy tenha mantido os detalhes em segredo até agora, sabe-se que o objetivo é persuadir Washington e outros aliados a intensificarem e acelerarem o apoio militar e diplomático à Ucrânia, numa tentativa de forçar Moscovo a negociar um fim do conflito em termos aceitáveis para Kyiv.
Segundo Yermak, que fez a revelação através do Telegram, “o convite da Ucrânia para aderir à NATO é parte integrante do plano de vitória”. Esta declaração sublinha a importância que Kyiv atribui à adesão à aliança militar como forma de garantir a segurança a longo prazo e a estabilidade na região, após o fim do conflito.
O jornal The Kyiv Independent informou que a Ucrânia poderá solicitar a adesão formal à NATO nos próximos meses, e não nos próximos anos, embora tal informação ainda não tivesse sido oficialmente confirmada pelo governo ucraniano.
O plano de Zelenskyy, segundo Yermak, “contém uma visão clara dos passos que devem ser tomados para garantir uma paz justa e duradoura”, integrando tanto aspetos diplomáticos como militares. A estratégia inclui a continuação dos esforços militares no campo de batalha, onde a Ucrânia pretende conquistar uma vantagem tática sobre as forças russas. Embora a Ucrânia tenha conseguido deter as ofensivas russas em várias frentes, Yermak destacou que os militares ucranianos ainda carecem de recursos e tecnologia suficientes para alcançar todos os seus objetivos estratégicos.
Para isso, a Ucrânia tem vindo a apelar aos seus aliados para que aumentem o envio de pacotes de ajuda militar, nomeadamente drones, sistemas de longo alcance e munições de artilharia. O fornecimento rápido e em maior quantidade destes materiais é considerado crucial para garantir o sucesso militar no terreno.
Após a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, Volodymyr Zelenskyy formalizou o pedido de adesão rápida à NATO, uma aliança militar composta por 32 membros. Esta adesão, segundo as autoridades ucranianas, seria uma medida fundamental para garantir a segurança nacional contra futuras agressões russas.
Jens Stoltenberg, secretário-geral cessante da NATO, já afirmou que a adesão da Ucrânia à aliança “não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’”. No entanto, Stoltenberg foi claro ao sublinhar que a adesão não ocorrerá enquanto a guerra com a Rússia continuar, uma vez que a NATO não aceita novos membros em conflito ativo.
Este plano de adesão à NATO, combinado com a intensificação do apoio militar e diplomático por parte dos aliados ocidentais, faz parte de um esforço coordenado de Kyiv para isolar Moscovo e forçar uma resolução negociada, assegurando ao mesmo tempo a segurança a longo prazo da Ucrânia.