“Os mercados estão novamente a atribuir uma probabilidade de 50% de uma nova subida na taxa de juro por parte da Fed”, aponta David Brito

Depois de uma semana em que a notícia mais relevante nos mercados financeiros continuou a ser a subida das taxas de juro de longo prazo em todo o mundo, liderada pelos títulos do Tesouro Americano, parece que os mercados esperam uma nova escalada.

“O forte relatório do mapa salarial não agrícola dos EUA atenuou a ideia de que a economia dos EUA está a abrandar, e os mercados estão novamente a atribuir uma probabilidade de 50% de uma nova subida na taxa de juro por parte da Reserva Federal, perturbando ainda mais os mercados de rendimento fixo”, explica à Executive Digest, David Brito, Diretor-Geral da Ebury.

A subidas nas taxas não suportaram o dólar que acabou por perder terreno face à maioria das moedas, enquanto as principais exceções foram as moedas correlacionadas com matérias-primas, que sofreram com a queda do petróleo.

Para além disto, o final de semana ficou marcado pelo ataque do Hamas a Israel, gerando incerteza que se fará sentir nos mercados principalmente através do preço do petróleo e da pressão sobre a inflação que lhe é associada.

“A questão fundamental é saber se o maior sell off da história de títulos do Tesouro Americano irá continuar a arrastar consigo os ativos de risco e fazendo valorizar o dólar”, sublinha David Brito, acrescentando que o relatório de inflação dos EUA relativo a setembro, publicado na quinta-feira, assume uma importância acrescida.

Do outro lado do Atlântico, “a resiliência do euro na semana passada, devido aos rendimentos do Tesouro Americano cada vez mais elevados e às fracas vendas a retalho da Zona Euro em agosto, dão alguma esperança de que os níveis atuais já estejam a prever um resultado bastante negativo para a economia europeia”, esclarece a Ebury.

Para esta semana, a atenção deve centrar-se nos dados relativos ao crédito para setembro, um indicador ambíguo, mas muito pertinente da atividade empresarial. Qualquer coisa que se afaste dos cenários sombrios atualmente previstos poderá dar um impulso ao euro.

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