Orçamento de I&D da Huawei “faz sombra” aos da Meta, Microsoft e Google. Em 5 anos, duplicou de valor
A gigante tecnológica chinesa Huawei conseguiu multiplicar por dois o seu orçamento dedicado a Investigação e Desenvolvimento (I&D) nos últimos cinco anos, tendo em 2021 alcançado os 22,1 mil milhões de dólares (cerca de 20,7 mil milhões de euros). Este montante representou, nesse ano, mais de 22% do seu volume de vendas, um caso inédito no universo das grandes tecnológicas.
O objetivo da Huawei é adquirir todas as capacidades de que precisa para não depender de tecnologia americana, segundo avança a ‘Bloomberg’, depois de em 2019 o governo dos Estados Unidos da América, liderado por Donald Trump, ter caracterizado a empresa chinesa como uma ameaça à segurança nacional do país, acusando-a de espionagem ao serviço de Pequim. De acordo com as informações, a postura de Washington fez com que as receitas da Huawei afundassem cerca de um terço em 2021.
Em termos de investimento por volume de vendas, a Huawei faz sombra às concorrentes mais próximas, com a Meta, a dona do Facebook, a investir 20,9%, seguida da Microsoft, da Alphabet e da Amazon, na casa dos 12%. Contudo, em termos absolutos, a Amazon figura no topo, com 56 mil milhões de dólares (cerca da 52,4 mil milhões de euros) alocados à I&D.
Apesar de no ano passado o orçamento de I&D da Huawei ter duplicado face aos valores de 2016, os dados do desempenho da empresa, divulgados nos relatórios de resultados anuais, levam a crer que o investimento essa área crítica para o desenvolvimento da tecnológica tem vindo a desacelerar de ano para ano.
Em dezembro de 2021, a Huawei, em comunicado, divulgou que tinha alcançado o segundo lugar no ranking dos maiores investidores em I&D na UE, o EU Industrial R&D Investment Scoreboard, uma subida do terceiro lugar do ano anterior. Na altura, a Huawei afirmou que uma parte significativa dos seus esforços de I&D eram realizados na Europa, garantindo que a empresa estava “profundamente integrada no ecossistema de investigação em TIC na Europa”.