O mundo mudou e até Barbie abandonou o rosa
A fabricante de brinquedos norte-americana Mattel lançou uma linha de bonecos com inclusão de género. Os bonecos do Creatable World têm características físicas andrógenas; cada kit consiste num boneco, duas opções de penteado (curto e longo) e opções de guarda-roupa, incluindo ténis, camisola com capuz ou tutus. Assim, o boneco pode ser uma menina, um menino, ambos ou nenhum dos dois. Os bonecos estão disponíveis em vários tons de pele e um kit custa 27 euros. Eis como um pequeno brinquedo pode ter um grande efeito:
- A mensagem é importante. A Mattel continua a ser mais conhecida pela boneca Barbie; uma imagem famosa, irreal e retrógrada de uma mulher adulta. No entanto, ao longo dos últimos anos, a marca tem tentado mudar tudo isso: a linha Barbie Fashionistas de 2016 apresenta bonecas com quatro tipos de corpo, sete tons de pele e vestuário diversificado; uma boneca na cadeira de rodas foi adicionada no início deste ano. Agora, estes novos bonecos do Creatable World, neutros em termos de género, fazem ainda mais para desafiar os estereótipos de género. É uma mudança bem-vinda de uma marca com ligação directa à mente de milhões de crianças. Mas qualquer marca deve perguntar: que mensagens enviamos – intencionalmente ou não – sobre quem está no centro e quem é marginalizado, quem está incluído e quem está excluído, e como podemos mudar essa mensagem para melhor?
- O novo normal. Obviamente, as mudanças na Mattel não estão a ocorrer sozinhas. Por todo o Mundo, muitos consumidores estão a deixar a tradição e a adoptar novas crenças sobre tudo, desde família a casamento, sexualidade ou género. Apesar da mudança em direcção a estes valores que são “O novo normal”, ainda estamos longe de um Mundo em que todos os consumidores são verdadeiramente livres para viverem a identidade que desejam. As marcas dispostas a reconhecer, acompanhar e, crucialmente, entender grupos marginalizados terão recompensas. Portanto, dêem um passo atrás e perguntem: como é que o nosso pensamento ainda se baseia em suposições demográficas cada vez mais desactualizadas sobre idade, género ou sexualidade? O que aconteceria se o contestássemos?