Navios no Mar Vermelho encontram fórmulas cada vez mais criativas para evitar serem alvo dos Houthis

Os ataques dos rebeldes Houthis no Mar Vermelho têm obrigado as companhias marítimas a tornarem-se mais criativas nos seus esforços para evitar serem um alvo do grupo militar do Iémen, referiu esta segunda-feira a publicação ‘Bloomberg’.

Veja-se o caso do navio ‘Cattle Force’, responsável pelo transporte de gado, que ao aproximar-se do estreito de Bab el-Mandeb, ao largo da costa do Iémen, mudou o seu sinal de destino – algo amplamente disponível online para a maioria dos navios – de um porto iraquiano para “Todos os tripulantes muçulmanos” na tentativa de garantir uma passagem segura.

Depois de passar com segurança pelo estreito na manhã de segunda-feira, voltou para Umm Qasr, no Iraque, de acordo com dados de rastreamento analisados pela ‘Bloomberg’.

Na génese da mudança estará uma mensagem aparente para os Houthis, que têm atacado navios ligados a Israel e aos seus aliados para os pressionar sobre a guerra em Gaza.

A campanha dos Houthis alterou o transporte marítimo global e aumentou os custos de transporte, à medida que os navios enfrentam desvios e taxas adicionais de seguro e proteção.

Os navios comerciais anteriormente sinalizavam destinos como “Sem relação com Israel” para evitar serem alvos da milícia apoiada pelo Irão.

Houthis sinalizam novo ataque esta segunda-feira

“As Forças Navais do Iémen (Houthis) atacaram o navio norte-americano ‘Star Iris’ no Mar Vermelho com vários mísseis navais adaptados. O impacto foi preciso e direto, ‘Graças a Deus’”, disse o porta-voz militar, Yahya Sarea, num comunicado difundido através das redes sociais.

Esta declaração ocorre depois de a Marinha de Guerra do Reino Unido ter informado sobre um novo ataque, com dois mísseis, contra um navio no Estreito de Bab el Mandeb, a 40 milhas a sul de Al Mokha, ao largo do Iémen.

“A tripulação está a salvo e o navio dirige-se para a próxima escala”, indicou a divisão de Operações Marítimas Comerciais da Marinha de Guerra britânica (UKMTO, na sigla em inglês) através de uma mensagem divulgada nas redes sociais.

O portal de vigilância marítima ‘MarineTraffic’ refere que o ‘Star Iris’ é um navio grego registado nas Ilhas Marshall, Pacífico, e fazia a ligação entre o Brasil e o Irão quando foi atacado no Mar Vermelho.

Os Houthis apoiados pelo regime de Teerão acusam a Administração dos Estados Unidos de não divulgar a identidade dos navios norte-americanos que navegam no Mar Vermelho e de aconselharem as tripulações a içarem o pavilhão das Ilhas Marshall, numa tentativa de evitar ataques das forças que controlam o Iémen.

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