União Europeia vai lançar missão naval no Mar Vermelho para proteger navios dos ataques Houthis

A União Europeia planeia lançar uma missão naval no Mar Vermelho, no espaço de três semanas, para ajudar a defender os navios de carga contra os ataques dos rebeldes Houthi no Iémen que estão a dificultar o comércio e a aumentar os preços, revelou esta quarta-feira o principal diplomata do bloco europeu.

Segundo Josep Borrell, chefe da política externa da UE, é expectável que a missão esteja operacional até 17 de fevereiro – há pelo menos sete países europeus estão prontos para fornecer navios ou aviões, sendo que a Bélgica já se comprometeu a enviar uma fragata e espera-se que a Alemanha faça o mesmo.

Nas últimas semanas, as forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha bombardearam vários alvos em oito locais utilizados pelos Houthis, grupo rebelde apoiados pelo Irão – foi a segunda vez que os dois aliados conduziram ataques retaliatórios coordenados às capacidades de lançamento de mísseis dos rebeldes.
Os Houthis têm travado uma campanha persistente com drones e mísseis contra navios comerciais desde o início da guerra Israel-Hamas, em outubro, mas Borrell insistiu que a missão da UE não participará em quaisquer ataques militares.
“Esse é o propósito: proteção dos navios; intercetação dos ataques contra os navios; não participar em qualquer tipo de ação contra os Houthis. Apenas bloquear os seus ataques”, referiu Borrell, antes de presidir a uma reunião dos ministros da Defesa da UE, em Bruxelas.

Os ministros vão decidir, esta quarta-feira, qual o Estado-membro que vai liderar o esforço naval – França, Grécia e Itália disputam o cargo – e onde será baseado o quartel-general.

De acordo com o Alto Representante da Política Externa da UE, várias empresas têm exigido uma ação da UE, dadas as implicações comerciais de forçar os navios mercantes a contornar o Mar Vermelho no seu percurso de e para a Europa.
“Muitas empresas europeias pediram-nos que o fizéssemos porque o seu modelo de negócio está a sofrer muito devido ao elevado aumento dos custos e à necessidade de descer via África do Sul”, salientou. “Está a afetar os preços e a inflação. Portanto, é um esforço natural tentarmos evitar esse risco.”