IVA 0: Cabaz sobe pela 2.ª vez consecutiva e já custa mais de 139 euros. Produtos de Natal disparam um euro numa semana

O cabaz de 41 alimentos com IVA zero analisado pela Deco/Proteste voltou a aumentar de preço na última semana. É a segunda consecutiva em que acontece e, neste momento, o cabaz já custa mais do que no dia antes da medida entrar em vigor. Entre 6 e 13 dezembro, aumentou 1,20 euros (+0,87%) e custava esta quarta-feira 138,04 euros.

O valor é superior verificado antes da medida do IVA zero ter entrado a vigor, a 18 de abril (no dia antes custava 138,77 euros, menos 47 cêntimos do que custa agora).

Comparando com o início do ano, verifica-se um aumento no preço do cabaz de 5,57 euros (+4,17%).

Há produtos abrangidos pela medida que estão bem mais caros desde 18 de abril: brócolos (44%), azeite virgem extra (38%), laranja (34%), alface frisada (32%) ou couve-flor (24%).

couve-flor, pescada e bacalhau são ‘campeões’ de aumento esta semana

Na última semana, entre  6 e 13 de dezembro, foram os seguintes produtos os que registaram a maior subida percentual no cabaz IVA zero monitorizado pela DECO PROTESTE: couve-flor (9%), pescada fresca (8%), bacalhau graúdo (6%), iogurte líquido (4%), laranja (4%), ervilhas ultracongeladas (4%), atum posta em azeite (3%), carcaça tradicional (3%), dourada (3%), lombo de porco sem osso (3%).

Brócolos, massa e carapau lideram descidas nos últimos dias

De acordo com a análise da Deco/Proteste, os 10 produtos que mais reduziram de preço na última semana são brócolos (8%), massa espirais (7%), carapau (6%), pão de forma sem côdea (5%), carne de novilho para cozer (5%), arroz carolino (5%), bife de peru (2%), queijo flamengo fatiado embalado (2%), cebola (2%) e óleo alimentar (2%).

Recorde-se que a isenção do IVA em mais de 40 alimentos resulta de um acordo assinado a 27 de março entre o Governo, o retalho alimentar e a produção agroalimentar. A medida visa mitigar os efeitos dos aumentos de preços dos bens alimentares e está em vigor até final deste ano, após ter sido estendida pelo Governo a 7 de setembro (estava previsto o final da medida a 31 de outubro).

A lista de produtos que têm agora IVA zero foi definida com base nas recomendações da Direção-Geral da Saúde. Inclui os alimentos mais consumidos pelas famílias em Portugal, de acordo com a informação disponibilizada pela associação que representa as empresas de distribuição alimentar.

Cabaz de Natal sobe mais de um euro numa semana
Segundo a análise da Deco/Proteste, o cabaz de Natal de 16 produtos custa agora 51,87 euros, estando mais caro 5,06 euros do que na mesma ano passado, um crescimento de 10,82% no preço.

Os pratos e tradições variam nas várias regiões do País, mas a Deco/Proteste considera na lista de produtos ‘clássicos’ como o bacalhau, a perna de peru, azeite, açúcar, ovos, couve, batata, arroz, chocolate, farinha ou abacaxi. Comparativamente à semana anterior, entre 6 de dezembro e 13 de dezembro o preço deste cabaz subiu 1,07 euros (2,11%).

No que respeita ao cabaz de Natal, são estes os cinco produtos que ficaram mais caros na última semana: vinho tinto D.O.C. Douro (7%), bacalhau (6%), carcaça tradicional (3%), perna de peru (2%), azeite virgem (2%) e couve (2%).

Face à mesma semana de 2022, são estes os produtos que mais aumentaram de preço: azeite virgem (77%), farinha para bolos (16%), couve (12%) batata vermelha (11%), vinho tinto D.O.C. Douro (11%), açúcar branco (11%) e tablete de chocolate para culinária (11%).

Preço do cabaz ‘normal’ também sobe
O preço do cabaz de 63 bens essenciais monitorizado pela DECO PROTESTE, voltou a subir esta semana. Custava esta quarta-feira 229,63 euros, mais 0,70 euros (+0,31%) face à semana anterior.

Se compararmos este valor com o período homólogo do ano passado, o preço do cabaz subiu 10,76 euros (mais 4,92%).

Na última semana, os 10 produtos com maiores aumentos percentuais foram couve-flor (9%), pescada fresca (8%), douradinhos de peixe (8%), bacalhau (6%), café torrado moído (5%), iogurte líquido morango (4%), laranja (4%), ervilhas ultracongeladas (4%), atum posta em azeite (3%), flocos de cereais (3%).

Já entre 23 de fevereiro de 2022, véspera do início da guerra na Ucrânia, e 13 de dezembro deste ano, os produtos que mais viram o seu preço subir foram o azeite virgem (124%), a pescada fresca (82%), o arroz carolino (82%), polpa de tomate (79%), laranja (72%), cebola (62%), açúcar branco (59%), couve coração (53%), alface frisada (48%) e flocos de cereais (46%).

Olhando a categorias de produtos, os maiores aumentos percentuais, desde início da guerra, foram registados na mercearia (35,61%, mais 15,01 euros), e nas frutas e legumes (25,48%, mais 6,01 euros).

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