Investigações sobre Encrochat conduziram a 6.500 prisões e 900 milhões de euros em ativos apreendidos, indica Europol

A Europol garantiu, esta terça-feira, que a queda do Encrochat, empresa clandestina que oferecia a criminosos comunicações criptografadas supostamente seguras, levou a mais de 6.500 prisões e 900 milhões de euros em ativos apreendidos. O sistema tinha cerca de 60 mil utilizadores quando foi encerrado abruptamente em junho de 2020: segundo a agência europeia, as autoridades policiais vinham intercetando as comunicações há meses.

Em comunicado, a Europol disponibilizou uma visão geral sobre os resultados da queda da aplicação, que sublinhou ter “enviado ondas de choque a grupos do crime organizado na Europa e além”. A polícia analisou mais de 115 milhões de “conversas criminosas”, ajudando a prevenir “ataques violentos, tentativas de assassinato, corrupção e transporte de drogas em grande escala”.

Os “principais responsáveis do EncroChat” e aqueles que conceberam o sistema foram identificados, anunciou também a procuradora de Lille, Carole Etienne, em conferência de imprensa. A procuradora acrescentou que três deles foram acusados e dois ficaram em prisão preventiva.

De acordo com os elementos da investigação obtidos pela agência ‘France-Presse’, três homens, incluindo dois irmãos de nacionalidade espanhola, foram acusados no verão de 2022. Os advogados de defesa contestaram as acusações e o Tribunal de Recurso de Douai (norte de França) deveria ter-se pronunciado no passado dia 14 de junho, mas ainda não anunciou a decisão.

Até ao momento, foram detidas 6.658 pessoas, incluindo 197 “alvos de elevado valor”, foram apreendidos ou congelados quase 900 milhões de euros em “fundos criminosos” além das apreensões de mais de 100 toneladas de cocaína, 160 toneladas de canábis e 923 armas. Na mesma operação, 271 casas ou propriedades foram arrestadas, referiu a Europol.

A Encrochat vendia dispositivos móveis Android modificados por cerca de mil euros cada e cobrava pesadas taxas de assinatura dos utilizadores com a promessa de que as suas comunicações permaneceriam criptografadas e secretas. Foi fechado subitamente em junho de 2020, depois de os seus operadores terem percebido que estavam comprometidos. “Eventualmente, foi possível colocar um dispositivo técnico para ir além da técnica de criptografia e obter acesso à correspondência dos utilizadores”, finalizou a Europol.

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