Incêndios no Árctico já emitiram mais 35% de dióxido de carbono este ano do que em 2019

A quantidade de dióxido de carbono (CO2) emitida pelos incêndios do Árctico este ano já é 35% superior ao valor total registado no ano passado. Cerca de 205 megatoneladas foram emitidas só em Junho e Julho, altura em que a Sibéria foi atingida por uma onda de calor.

Os últimos dados fornecidos pelo serviço de monitorização da atmosfera de Copernicus da União Europeia mostram que, até 24 de Agosto, cerca de 245 megatoneladas de CO2 tinham sido libertadas este ano pelos incêndios florestais. O valor total registado no ano passado foi de 181 megatoneladas, avança o ‘The Guardian’.

O número máximo de observações de incêndios activos rondou os 600, em finais de Julho, em comparação com os 400 detectados em 2019. Em anos anteriores, entre 2003 e 2018, número médio equivalente foi cerca de 100.

O programa Copernicus estimou que 205 megatoneladas de dióxido de carbono foram emitidas só entre 1 de Junho e 31 de Julho, este ano. Os incêndios florestais coincidiram com uma onda de calor na Sibéria, onde as temperaturas subiram para mais de 30ºC em algumas áreas.

Mark Parrington, cientista sénior da Copernicus, disse ao ‘The Guardian‘ que os incêndios florestais do Árctico, este Verão, podem estar a criar um novo precedente. As emissões aumentaram significativamente em Julho e princípios de Agosto, em comparação com 2019.

“Em alguns aspectos [os dados] têm sido semelhantes a 2019, em termos das condições secas e quentes no Árctico siberiano. Este ano, a diferença foi um grande aglomerado de incêndios que arderam até Julho durante muitos dias, levando a emissões estimadas mais elevadas”, comentou.

Os incêndios florestais no Árctico tornaram-se um motivo de preocupação nos últimos anos, com os fogos a tornarem-se mais generalizados e persistentes em 2019 e 2020.

No Verão passado, os incêndios no Árctico foram tão intensos que criaram uma nuvem de fumo e fuligem (substância escura proveniente da decomposição de combustíveis) maior do que a massa terrestre da União Europeia.

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