“Hamas não está interessado nas negociações”: Israel faz regressar delegação do Qatar

Israel chamou de volta os negociadores do Qatar, pondo fim às tentativas imediatas de negociar um cessar-fogo e um acordo de libertação de reféns com o Hamas, revelou esta terça-feira o jornal britânico ‘The Guardian’.

De acordo com o ‘Times of Israel’, citando uma fonte israelita, apontou que “não há ninguém com quem conversar do outro lado e a equipa de negociação israelita não tem nada a ver no Qatar”.

A decisão de Telavive prende-se com a votação no Conselho de Segurança das Nações Unidas exigindo um cessar-fogo e da rejeição das últimas propostas pelo Hamas. Em comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, salientou, em comunicado, que “Israel não cederá às exigências delirantes do Hamas”, salientando que a posição do grupo islâmico era “uma prova clara de que não está interessado em continuar as negociações e um triste testemunho dos danos causados ​​pela resolução do Conselho de Segurança da ONU”.

“A posição do Hamas demonstra claramente o seu total desinteresse num acordo negociado e atesta os danos causados ​​pela resolução do Conselho de Segurança da ONU”, acusou Netanyahu. “O Hamas rejeitou mais uma vez uma proposta de compromisso americana e repetiu as suas exigências extremas: a cessação imediata da guerra, a retirada completa das IDF (Forças de Defesa de Israel) da Faixa de Gaza e a manutenção da sua administração para que possa repetir, uma e outra vez, o massacre de 7 de outubro, como prometeu fazer”.

“Israel prosseguirá e alcançará os seus objetivos de guerra: destruir as capacidades militares e governamentais do Hamas, libertar todos os reféns e garantir que Gaza não representará uma ameaça para o povo de Israel no futuro”, prometeu.

Esta segunda-feira, o Hamas emitiu um comunicado a rejeitar a última oferta de acordo, acusando Israel de não responder às suas principais exigências “de um cessar-fogo permanente, uma retirada da Faixa de Gaza, o regresso das pessoas deslocadas e uma verdadeira troca de prisioneiros”.

Esta manhã, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, lamentou que o Hamas foi encorajado a rejeitar um acordo pela votação de um cessar-fogo no Conselho de Segurança da ONU – recorde-se que a resolução aprovada esta segunda-feira exigiu um cessar-fogo imediato para o mês do Ramadão, assim como a libertação dos reféns pelo Hamas. Foi a primeira vez que uma resolução sobre um cessar-fogo na guerra Israel-Gaza evitou ser vetada por EUA, China ou Rússia. Após a votação na ONU, o gabinete de Benjamin Netanyahu cancelou uma visita planeada a Washington de dois dos seus ministros.

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