Hamas chora morte de “grande líder” e promete que reféns israelitas “não voltarão” até que guerra em Gaza acabe

O movimento Hamas declarou, esta sexta.feira, que não libertará os reféns capturados durante o ataque de 7 de outubro contra Israel até que a guerra em Gaza termine. A organização divulgou a declaração após a morte do seu líder, Yahya Sinwar, numa operação israelita.

“Choramos a perda do grande líder, o mártir Yahya Sinwar, Abu Ibrahim,” afirmou Khalil al-Hayya, um alto dirigente do Hamas, numa declaração gravada e divulgada na imprensa internacional. Segundo al-Hayya, os reféns “não voltarão… a menos que a agressão contra o nosso povo em Gaza cesse, que haja uma retirada completa e que os nossos prisioneiros heróicos sejam libertados das prisões da ocupação.”

Yahya Sinwar, que era o líder do Hamas em Gaza durante o ataque de outubro, tornou-se líder geral do movimento após a morte de Ismail Haniyeh, o chefe político do grupo, em julho.

Apesar da morte de Sinwar, não há sinais de que o conflito esteja perto de terminar. As forças israelitas realizaram diversos ataques aéreos sobre Gaza na sexta-feira, incluindo bombardeamentos durante a noite e no início da manhã. Segundo relatos de jornalistas da AFP no terreno, as operações de Israel visaram intensamente a região de Jabalia, onde os combates se têm concentrado nas últimas semanas. Em resultado desses ataques, pelo menos 14 pessoas perderam a vida, de acordo com dados de dois hospitais locais.

A defesa civil de Gaza informou que os socorristas recuperaram os corpos de três crianças palestinianas dos escombros da sua casa no norte do território, atingida ao amanhecer.

Enquanto o conflito se intensifica, a situação humanitária em Gaza continua a piorar drasticamente. Uma avaliação apoiada pelas Nações Unidas revelou que cerca de 345.000 habitantes de Gaza enfrentam níveis “catastróficos” de fome neste inverno. Além disso, a campanha militar de Israel para destruir o Hamas e resgatar os reféns capturados causou, até agora, a morte de 42.500 pessoas em Gaza, a maioria civis, de acordo com os números fornecidos pelo Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas. Esses números são considerados confiáveis pela ONU.

A crescente contagem de vítimas civis tem gerado críticas à conduta de Israel durante a guerra, inclusive de aliados como os Estados Unidos, que manifestaram preocupação com o impacto da campanha militar sobre a população civil de Gaza.

De acordo com as forças armadas israelitas, Yahya Sinwar foi morto num tiroteio no sul de Gaza, perto de Rafah, próximo à fronteira com o Egito. As forças de Israel afirmaram que estavam a monitorar Sinwar com um drone, o qual capturou imagens do momento em que ele, já ferido, atirou um objeto contra o aparelho antes de ser abatido.

Israel divulgou imagens de drone que, segundo afirmaram, mostram os momentos finais de Sinwar, destacando o seu envolvimento direto nas operações militares do Hamas até à sua morte.

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