“Grave violação de segurança e de dados pessoais”: Documentos altamente sensíveis desaparecem da sede da Europol

Vários ficheiros altamente sensíveis contendo informações pessoais de altos executivos da Europol desapareceram no verão passado das instalações seguras desta força policial europeia, em Haia. Este incidente tem sido motivo de especulação e preocupação dentro da agência desde então.

De acordo com um comunicado interno da agência, citado pelo Politico, e segundo fontes próximas à situação, os ficheiros em papel contendo informações pessoais da Diretora Executiva da Europol, Catherine De Bolle, e outros altos funcionários, desapareceram antes de setembro de 2023.

“No dia 6 de setembro de 2023, a Direção da Europol foi informada de que os ficheiros pessoais em papel de vários membros da equipa da Europol tinham desaparecido”, lê-se no comunicado interno. O documento acrescenta que “outros ficheiros adicionais” também foram descobertos como desaparecidos após uma verificação completa dos registos da agência.

A agência, uma das maiores da União Europeia, que coordena investigações internacionais com autoridades policiais nacionais e parceiros como a Interpol e o FBI dos Estados Unidos, considerou o incidente como uma “grave violação de segurança e de dados pessoais”.

Quatro atuais e ex-funcionários da Europol, que falaram sob anonimato, revelaram a mesmo jornal que alguns dos ficheiros desaparecidos foram encontrados por um cidadão num local público em Haia e entregues a uma esquadra local. No entanto, não está claro há quanto tempo estavam desaparecidos nem porque foram retirados das instalações da Europol.

O porta-voz da polícia de Haia, Steven van Santen, afirmou que “a Polícia de Haia estava envolvida em alguns detalhes relacionados com uma investigação interna em curso da Europol”.

Os ficheiros eram de propriedade da Diretora Executiva da Europol, Catherine De Bolle, e de três dos seus vice-diretores: Jürgen Ebner, Andrei Lințǎ e Jean-Philippe Lecouffe. Estes ficheiros de recursos humanos podem conter informações como histórico de emprego, formação relevante, datas de nascimento, estado civil, dependentes, endereço atual e outras informações pessoais.

Após o incidente, o chefe de Recursos Humanos da agência, Massimiliano Bettin, foi colocado em licença administrativa. Um email enviado ao seu endereço de email da Europol recebeu uma resposta automática indicando que não tinha acesso ao seu correio eletrónico. Bettin está “ativamente a candidatar-se” a um novo emprego, segundo a sua página no LinkedIn.

A agência está a investigar o caso, com uma das teorias sugerindo que os ficheiros poderiam ter sido retirados para prejudicar Bettin, no contexto de conflitos internos na agência.

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