Gigantes chinesas querem comprar participação da Shell no “maior projeto de exportação de gás e petróleo do mundo” na Rússia

As três maiores empresas estatais chinesas do setor da energia, CNOOC, CNPC e Sinopec Group, estão em negociações com a petrolífera Shell para adquirirem a sua participação de 27,5% no projeto Sakhalin-2, um grande projeto de exportação de gás natural liquefeito (GNL) russo, localizado numa ilha ao largo da costa oriental da Rússia.

Fontes não identificadas consultadas pela Bloomberg revelam que as negociações decorrem do plano da Shell para suspender operações na Rússia, na sequência da incursão militar lançada sobre a vizinha Ucrânia. Avançam também que as conversações estão ainda numa fase inicial e que nada está, para já, garantido, sendo que a Shell poderá procurar outros compradores.

Nenhuma das partes envolvidas no negócio quis prestar ainda quaisquer declarações, mas sabe-se que vários trabalhadores da Shell foram removidos do Sakhalin-2 durante o passado fim de semana e terão alegadamente sido alocados a outros projetos, numa altura em que a empresa dá continuidade ao seu plano de saída do mercado russo.

No seu website oficial, numa página especificamente dedicada ao projeto em questão, a Shell explica que o Sakhalin-2 é detido em 50% pela Gazprom, empresa estatal russa do setor do gás natural e um dos maiores de exportadores do mundo neste segmento de produtos energéticos. Também as japonesas Mitsui e Mitsubishi detêm participações minoritárias no projeto, de 12,5% e 10%, respetivamente.

O projeto, descrito como “o maior projeto de exportação de gás e petróleo do mundo, bem como o primeiro projeto offshore de gás da Rússia”, é constituído por três plataformas offshore, por uma instalação de processamento onshore, por 300 quilómetros de gasodutos no mar e 1.600 quilómetros de condutas em terra, um terminal de exportação de petróleo e uma central de GNL.

A proximidade com Rússia ainda mantida pelo governo de Pequim, que tem procurado manter uma posição de neutralidade estratégica face ao conflito na Ucrânia, pode conferir uma vantagem decisiva às empresas estatais chinesas nas negociações.

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