Gaza na agenda de dirigentes árabes e europeus em Riade a partir de domingo

A guerra em Gaza estará no topo da agenda de dirigentes árabes e europeus no Fórum Económico Mundial em Riade, capital da Arábia Saudita, a partir de domingo, enquanto Israel manifesta disponibilidade para uma trégua “temporária”.

O fórum contará com a presença dos ministros dos Negócios Estrangeiros saudita, jordano, egípcio e turco, segundo o programa da reunião, que inclui na segunda-feira uma sessão dedicada a Gaza com o novo primeiro-ministro palestiniano Mohammed Mustafa, o chefe do governo egípcio Mostafa Madbouly e Sigrid Kaag, coordenadora da ajuda das Nações Unidas para Gaza.

O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Stéphane Séjourné, tem previstos encontros com os seus “homólogos europeus, americanos e regionais sobre Gaza e a situação regional, em Riade”, afirmou fonte diplomática à agência noticiosa AFP.

Os objetivos do chefe da diplomacia francesa são trabalhar para a libertação dos reféns capturados durante o ataque do Hamas de outubro e alcançar um cessar-fogo duradouro, adiantou o porta-voz do ministro, Christophe Lemoine.

O ministro francês visitará depois Israel e os territórios palestinianos e planeia “reiterar aos israelitas a firme oposição a uma ofensiva em Rafah”, acrescentou Lemoine, referindo-se à cidade do sul de Gaza onde centenas de milhares de palestinianos procuraram refúgio e que está ameaçada na tentativa israelita de eliminar o último reduto do Hamas.

A ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, deverá chegar na segunda-feira a Riade para se encontrar com Kaag e com o xeque Abdallah bin Zayed Al-Nahyane, o seu homólogo dos Emirados, indicou o porta-voz do ministério, Sebastian Fischer.

“O objetivo da visita será trabalhar sobre as numerosas questões sensíveis da crise do Médio Oriente, sobre o desanuviamento e sobre os progressos para um futuro pacífico”, acrescentou hoje Fischer à imprensa. “Como todos sabem, os Estados do Golfo também têm um papel importante a desempenhar nesta matéria”, sublinhou.

O Qatar, vizinho da Arábia Saudita, alberga um gabinete político do Hamas e tem mediado as conversações que, até à data, não conseguiram garantir um cessar-fogo duradouro e a libertação de muitos reféns capturados no ataque de 07 de outubro.

Por seu lado, a Arábia Saudita suspendeu conversações com Israel, depois de a guerra ter sido desencadeada.

Entretanto, o governo israelita afirmou a uma delegação egípcia em Israel a sua disponibilidade para uma última tentativa para chegar a uma trégua “temporária” antes de lançar uma invasão terrestre na cidade de Rafah, em Gaza, onde estão 1,4 milhões de pessoas, segundo o diário israelita Walla.

“Há um prazo claro para entrar em Rafah e Israel não aceitará outra ronda de conversações inúteis para fins de fraude”, disse um alto funcionário israelita ao jornalista Barak Ravid, do Walla.

De acordo com a fonte, Israel está interessado na libertação de 33 reféns por razões humanitárias e o cessar-fogo dependerá do número de israelitas libertados.

De acordo com a mesma fonte, Israel disse à delegação egípcia que os preparativos para a operação de Rafah são sérios e que não permitirá atrasos por parte dos islamitas palestinianos do Hamas.

As declarações foram feitas depois de uma delegação egípcia ter visitado Israel para tentar chegar a uma trégua na Faixa de Gaza e parar a guerra, numa altura em que as negociações de cessar-fogo estão num impasse.

O Hamas mantém desde o ataque de 07 de outubro contra Israel 133 pessoas reféns, algumas das quais terão morrido.

A guerra em Gaza arrasta-se há quase sete meses, depois de um ataque na região Sul de Israel, no qual militantes do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram 250 reféns.

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