Futuro grande Hospital de Lisboa Oriental é aprovado pelo Tribunal de Contas: apelos de especialistas para o risco de sismo é ignorado

O Tribunal de Contas deu luz verde ao futuro grande Hospital de Lisboa Oriental, contratado pelo anterior Governo à Mota-Engil, apesar dos alertas dos especialistas para os riscos face um sismo na capital, que colocaria a infraestrutura inoperacional.

Esta vai ser a primeira grande obra pública lançada pelo Governo de Luís Montenegro, fruto de um contrato assinado pelo anterior Executivo, mas tem riscos: de acordo com 14 académicos do Instituto Superior Técnico, da Universidade de Aveiro, de Coimbra, da Nova/Lisboa, do Porto e Instituto Politécnico de Setúbal, que escreveram aos juízes do Tribunal de Contas a pedir a recusa de visto ao contrato celebrado entre Ministério da Saúde e Mota-Engil, salientaram que o novo Hospital de Lisboa Oriental “é um escândalo” em termos de engenharia.

“O objetivo é impedir um erro que pode ter consequências gravíssimas”, apontaram os especialistas, de acordo com a ‘TVI’, que denunciaram um “erro histórico” no projeto, que não contempla um isolamento contra sismos.

“Caso um sismo de grande intensidade venha a ocorrer no período de funcionamento do Hospital de Lisboa Oriental, ele não poderá assistir as vítimas da catástrofe e terá de interromper tratamentos aos seus próprios doentes”, escreveram os professores, garantindo que o projeto viola as melhores práticas internacionais de engenharia – salientaram ainda ser irracional do ponto de vista económico e uma ameaça aos doentes. “Isso provocará muitas mortes evitáveis e aumentará numa proporção dantesca a necessidade de evacuação de pessoas.”