“Atuações gravemente negligentes que afetam a gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”: Governo arrasa ex-provedora Ana Jorge

O Governo acusou a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ana Jorge, exonerada esta segunda-feira de negligência grave na gestão daquele organismo, segundo indica o despacho de exoneração subscrito pelo primeiro-ministro e pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho.

“Considerando a não prestação de informações essenciais ao exercício da tutela, nomeadamente a falta de informação à tutela sobre o relatório e contas de 2023, mesmo que em versão provisória, sobre a execução orçamental do primeiro trimestre de 2024, bem como a ausência de resposta de os pedidos de informação até agora solicitados; e atuações gravemente negligentes que afetam a gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, nomeadamente a ausência de um plano de reestruturação financeira, tendo em conta o desequilíbrio de contas entre a estrutura corrente e de capital, desde que tomaram posse até agora”, indicou o despacho, que pode consultar aqui.

Recorde-se que o Governo decidiu avançar com a exoneração da mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), sendo que assim cairá toda a administração da instituição, assim como a provedora Ana Jorge, que tinha assumido funções há cerca do ano. A instituição atravessava uma grande crise financeira, e necessitava de injeção de capital por parte do Estado, estando previsto um investimento de 40 milhões de euros.

A nova gestão apontou investimentos no estrangeiro, principalmente no Brasil, com ruinosos, levando a destituição de gestores de denúncia à justiça, após resultados preliminares de uma auditoria forense.

Por outro lado a forma como Ana Jorge, que foi ministra da Saúde de José Sócrates, tem lidado com os desafios que encontrou na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, gerou uma onda de críticas, tendo criado problemas legais e judiciais adicionais não só em Portugal como no Brasil.

A exoneração surge depois de o jornal ‘Público’ ter indicado que o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social ter pedido um plano de reestruturação urgente para a SCML, exigência que terá sido feita a 12 de abril, após Ana Jorge ser recebida pelos novos membros do ministério, para fazer um ponto de situação dos trabalhos da instituição.

Também o Relatório de Contas de 2023, que ainda não foi apresentado, foi exigido a Ana Jorge. Os planos do ministério indicavam um prazo de duas semanas para o plano de reestruturação mas, segundo o mesmo diário, a provedora da SCML terá indicado que não conseguia cumprir a data estabelecida.

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