Êxodo na JMJ: “Milhares de peregrinos” não regressaram aos países de origem após o evento

Após o final da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que se realizou em Portugal e trouxe mais de 1,5 milhões de pessoas ao nosso País, milhares de peregrinos que vieram para o evento acabaram por ficar e não regressaram aos respetivos países de origem.

Segundo explica fonte policial ao Expresso, serão “largas centenas ou mesmo milhares” de peregrinos que escolheram ficar em portugal, ou seguir para outro território europeu.

Recorde-se que os primeiros indícios do fenómeno ocorreram logo no arranque do evento, com um grupo de quase 200 jovens, 168 cabo-verdianos e 27 angolanos, a ‘desaparecer’ e a não comparecer nas atividades em que estavam inscritos, na diocese de Leiria-Fátima.

Estes casos foram assinalados no relatório final de avaliação de risco global do evento, com o SEF a destacar que o “desaparecimento de vários grupos de peregrinos” constituía uma “ameaça significativa”.

A mesma fonte policial adianta que muitos peregrinos vieram para a JMJ com o verdadeiro objetivo de “procurar melhores oportunidades de vida” e que muitos “desapareceram mal chegaram a Lisboa”, não participando em qualquer cerimónia religiosa.

A maior parte destes, com vistos Schengen de curta duração, válidos para 18 a 23 dias, já estarão em situação irregular ou com os documentos válidos por muito pouco tempo. O que quiserem ficar em território nacional já entretanto terão recorrido ao SEF.

Ainda que haja suspeitas, o SEF e outras forças policiais não deverão abrir investigações ou apurar o número exato de peregrinos desaparecidos, já que será difícil cruzar dados de vários países e organizações.

“Os vistos foram emitidos nas representações consulares de Portugal e de outros Estados Schengen, podendo os cidadãos nacionais de países terceiros ter entrado quer pelas fronteiras portuguesas quer pelas fronteiras dos outros Estados. Da mesma forma, poderão sair por qualquer fronteira externa Schengen que não a portuguesa. Poderão ainda, dentro de certos limites, solicitar a prorrogação da permanência”, indica o SEF.

Ainda, o SEF esclarece que não vais investigar os supostos ‘desaparecimentos’ porque “não foram considerados como ameaça à segurança do evento, pelo que não se justificou a adoção de medidas tendentes à sua localização e controlo. Isso constituiria, aliás, uma interferência na liberdade de movimentação que lhes assiste”.

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