Crise energética: Ministro diz que empresas do gás não devem dificultar mudança para o mercado regulado. “Temos de ter paciência”, contrapõe Galp

O ministro do Ambiente e Ação Climática instou, esta segunda-feira, as empresas comercializadoras de gás a não levantarem obstáculos aos seus clientes que queriam passar para o mercado regulado.

“Ninguém ganha em dificultar a vida a quem tenta aceder ao mercado regulado”, salientou Duarte Cordeiro, no âmbito de uma conferência sobre energia em Lisboa. E assegura que “estamos com o regulador a procurar saber” se essa transição do mercado liberalizado para a tarifa regulada poderá estar a ser alvo de resistências.

As declarações surgem depois de no passado dia 6 o ministro ter afirmado que os consumidores não precisariam de esperar por dia 1 de outubro, dia em que será publicado em Diário da República o diploma que define a transição para o mercado regulado, para celebrarem contratos com os operadores regulados, podendo fazê-lo desde já.

E alertou que os comercializadores do mercado regulado teriam, desde essa altura, 45 dias para disponibilizarem nas suas plataformas online serviços para que os consumidores do mercado liberalizado possam passar para o regulado sem terem de se dirigirem a um balcão físico.

Se esse prazo não for cumprido, “os comercializadores do mercado regulado serão multados”, avisou.

Conta o jornal ‘Expresso’ que um dos comercializadores de gás do mercado regulado pertence à EDP e que outros estão sob alçada da Galp, pelo que a medida influi na esfera dessas empresas, que atuam maioritariamente no mercado liberalizado.

Assim, Duarte Cordeiro diz que as empresas têm de reforçar os seus centros de atendimento para permitir que as pessoas possam voltar ao mercado regulado.

“Se as pessoas têm a decisão tomada, não há razão para o dificultar”, afirmou.

No mesmo encontro, esteve presente o diretor-executivo da Galp, Andy Brown, que reconheceu que os operadores regulados estão a ter dificuldades em dar resposta a um grande fluxo de novos clientes.

Explicou que essas empresas funcionam com recurso humanos menores, comparativamente às congéneres do mercado liberalizado, pois geriam apenas 2% de todo o mercado energético em Portugal.

O responsável apontou que “estamos a reforçar as equipas, mas temos de ter paciência” e descreveu como sendo um passo atrás a medida do Governo que permite o regresso ao mercado regulado.

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