Confiança posta em causa. Testes de anticorpos do Reino Unido não são 100% precisos

Os últimos resultados dos estudos feitos ao teste rápido de anticorpos Covid-19, prestes a ser lançado pelo governo britânico, mostram que têm 99% de precisão e «não são confiáveis», segundo afirmou um especialista, citado pelo ‘The Guardian’.

Jon Deeks, professor de bioestatística e director do grupo de pesquisa de avaliação de testes da Universidade de Birmingham, defende que os dados publicados pela Abingdon Health sobre a eficácia do seu teste de anticorpos não estão correctos, pedindo por isso que toda a informação sobre o ensaio seja tornada pública.

Neste sentido, o responsável pede que a empresa publique os seus dados na íntegra em nome da transparência. «O sigilo destrói a confiança. Restaurar a credibilidade científica exige a publicação urgente dos protocolos e relatórios para estes estudos», afirma citado pelo jornal britânico.

Os ministros e seus conselheiros britânicos parecem estar focados no teste de Abingdon. A empresa dirige um consórcio que visa desenvolver um teste rápido de anticorpos. O prohjecto conta também com outros parceiros, nomeadamente: Universidade de Oxford, BBI Solutions, CIGA Healthcare e Omega Diagnostics.

Os responsáveis pelo teste consideraram-no «verdadeiramente incrível», tendo recusado uma série de outros testes de anticorpos adquiridos por Matt Hancock, o secretário de saúde do Reino Unido, em Março por não serem eficazes.

A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde britânica estabeleceu um padrão de 98% de precisão para os testes, ainda que a empresa responsável diga que são 99% precisos.

No entanto, Deeks afirma que essa declaração não pode ser confiável sem os dados completos que a sustentem. O responsável já tinha mostrado que as empresas fabricantes de testes podem «manipular» os dados, seleccionando por exemplo, amostras de sangue de pessoas com elevados níveis de anticorpos.

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