Aulas em contentores, mais de 30 alunos por turma, “enchentes” no refeitório: Escolas estão a ‘rebentar pelas costuras’, sem vagas, nem professores

Não é só a falta de professores, as greves de docentes ou de funcionários, entre outras questões a afetarem o normal funcionamento das aulas este ano: há várias escolas públicas que, perante a pressão de alunos estrangeiros que “chegam quase diariamente às escolas”, associada a uma maior procura do pré-escolar, estão a levar diretores escolares a tomar medidas desesperadas.

Segundo relata o presidente do Conselho das Escolas, António Castel-Branco, ao Jornal de Notícias, há uma procura crescente de alunos estrangeiros em todos os ciclos e é necessário arranjar mais salas para que todos os alunos possam ser acolhidos.

O presidente da associação de diretores (ANDAEP), Filinto Lima, diz que em Sintra, por exemplo, o ano arrancou com uma lista de espera de “cerca de 300 alunos” e, ainda que esteja mitigado, implicou que as autoridade locais encontrassem forma de arranjar vagas “supranumerárias”.

As soluções encontradas são várias: no agrupamento de Ferreira de Castro (Sintra), já foi colocado um contentor pré-fabricado para responder aos 150 alunos em lista de espera, e em São Teotónio, em Odemira, já se teve de reabrir a antiga escola primária para receber os alunos do 9.º ano e não há espaço para os alunos do 1.º ciclo. A subdiretora relata ao mesmo jornal que há turmas a ter aulas na sede do agrupamento e também num contentor, colocado numa das escolas primárias. Para lidar com a concentração de alunos, que causa “enchentes” no bar ou no refeitório, há também que se articular os horários.

A juntar a isto, a falta de professores. “Estamos quase sem vagas e quase sem espaços para colocar mais contentores. Ainda que se abram mais turmas, faltam professores. Os alunos do 3.º Ciclo ainda não tiveram aulas de Inglês”, explica a responsável.

No Algarve aposta-se também na construção cuidadosa de horários, enquanto os contentores não chegam. Se não há salas para todos, muitas vezes é usada a sala de professores ou outros espaços nas escolas. Também aumentar o número de alunos por turma é a solução temporária encontrada, por exemplo na Damaia, onde já há turmas com 32 alunos e aulas de apoio dadas nos corredores.

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