Continente: Dar resposta à emergência climática
A MC trabalha com a ambição de democratizar o acesso a uma cesta saudável e sustentável. Esta ambição representa um enorme estímulo para as equipas pelos desafios que estão subjacentes ao desenvolvimento de uma oferta alargada, de elevada qualidade, a preços competitivos e com menor pegada ambiental. Ir ao encontro desta ambição pressupõe desafiar o status quo, inovar e assumir um papel activo na transformação do sistema alimentar, uma mudança essencial para que se possa cumprir a agenda do desenvolvimento sustentável.
Nesse sentido, a MC tem a ambição de assegurar a descarbonização das operações até 2040, sendo que complementarmente assumiu o objectivo de reduzir até 2030 as emissões próprias de Gases com Efeito de Estufa (GEE) em 55%, face a 2018. Como forma de atingir o objectivo proposto, a MC desenvolveu o “Roadmap 2030” que tem guiado a empresa nos esforços e investimentos a realizar.
«Este é um instrumento que revisitamos e desafiamos todos os anos de forma a acelerarmos a nossa acção e integrarmos o mais recente conhecimento e desenvolvimento tecnológico. Desta forma pretendemos mitigar os riscos das alterações climáticas e capturar as oportunidades associadas à integração desta agenda nos nossos negócios. Acreditamos que podemos ter um papel relevante na resposta à emergência climática, contribuindo para limitar o aumento da temperatura média em 1,5°C, através da descarbonização da nossa actividade», explica Mariana Pereira da Silva, directora de Sustentabilidade da MC.
ROADMAP 2030
A MC, tendo assumido o objectivo de reduzir as suas emissões próprias de GEE, desenvolveu o “Roadmap 2030” que assenta em quatro grandes áreas de actuação: (i) a implementação de medidas de ecoeficiência com o objectivo de reduzir os seus consumos de energia; (ii) a electrificação dos consumos, com particular foco no last mile e viaturas de serviço e função; (iii) o programa de alteração das centrais de frio; (iv) e o investimento na produção e aquisição de energia produzida a partir de fontes renováveis.
«De forma mais específica, o Continente manteve, no último ano, os esforços de promoção da eficiência e flexibilidade do consumo energético, investindo na instalação de equipamentos e sistemas com melhor desempenho – ao nível do frio, climatização e iluminação das lojas – criando condições para uma monitorização e gestão dos consumos mais efectiva e desenvolvendo procedimentos que nos possibilitaram potenciar os investimentos realizados», acrescenta Mariana Pereira da Silva.
Complementarmente, a insígnia tem vindo a investir na sua capacidade de produção de energia renovável. Encerrou o ano de 2021 com 214 centrais instaladas e em funcionamento, o que representa um crescimento de 25 novas centrais, e um parque fotovoltaico com uma potência instalada de cerca de 26,9 MWp. Estabeleceu, igualmente, através da Elergone Energia, um acordo de compra (PPA offsite) a longo-prazo, de cerca de 100 gigawatts-hora (GWh) anuais de energia renovável com a Shell Energy Europe Limited. Um marco relevante que, por si só, assegurará que cerca de 20% do consumo de electricidade provém de origem renovável.
«Em relação ao transporte de mercadorias, a estratégia do Continente passa essencialmente pela maior eficiência das rotas, cargas e viaturas, bem como pela transição para tecnologias alternativas. A gestão cada vez mais eficiente das rotas, incluindo consolidações de cargas e um melhor aproveitamento da logística inversa, já tem impactos muito positivos na redução da pegada carbónica dos transportes de mercadorias», sublinha.
Ao nível das viaturas, o Continente tem acompanhado a evolução da tecnologia, prevendo-se uma crescente electrificação da frota de viaturas ligeiras para os circuitos mais curtos. O alargamento da rede “Continente Plug & Charge”, com a instalação de mais postos de carregamento para viaturas eléctricas nas lojas Continente, permite não só que os clientes viajem de e para as lojas com veículos eléctricos, mas também a electrificação dos consumos no last mile e nas viaturas de serviço e função.
COMPROMISSO
A MC reforça o compromisso público como um agente activo na consciencialização e mobilização dos portugueses, informando, sensibilizando e promovendo comportamentos de cidadania ambiental, que assegurem o futuro colectivo. Paralelamente, estão a encetar esforços para promover uma cadeia de abastecimento mais transparente e responsável, incentivando à transição para um modo de produção mais regenerativo e resiliente, com um impacto positivo no clima e na natureza, respeitando os limites do planeta.
No âmbito das alterações climáticas, a MC tem como objectivo atingir a neutralidade carbónica das suas operações até 2040 e, até 2030, reduzir as emissões em 55% face a 2018. No que diz respeito a recursos e circularidade, os compromissos assumidos pelo Continente são os de ter embalagens 100% recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis, até 2025, nos produtos de marca própria, antecipando desta forma a ambição definida pela União Europeia para 2030, e incorporar 30% de plástico reciclado nos produtos de marca própria.
«Reconhecendo o papel que as florestas desempenham no combate às alterações climáticas e na preservação da biodiversidade, assumimos o compromisso Zero Desflorestação, que visa garantir o sourcing sustentável das matérias-primas que mais têm impulsionado o ritmo acelerado da desflorestação e que estão presentes nas nossas cadeias de abastecimento e produtos como o óleo de palma, a madeira ou a soja», afirma Mariana Pereira da Silva.
O Continente procura sempre que possível conciliar as medidas previstas na estratégia de descarbonização com o plano de remodelações das suas lojas e, por outro lado, integrá-las desde logo na concepção e construção das novas lojas. A insígnia apresenta ainda um conjunto de projectos que têm trazido diversas iniciativas inovadoras às lojas. A título de exemplo, para fomentar a mobilidade eléctrica, lançaram em 2020 o serviço de carregamento de veículos eléctricos “Continente Plug & Charge”, permitindo que os clientes possam carregar os seus veículos de forma ágil e simples enquanto fazem compras.
«No âmbito da promoção da circularidade, de forma a potenciar a recolha e a reintegração de materiais no final do seu ciclo de vida, para reutilização ou reciclagem, temos vindo a alargar o âmbito dos materiais que recolhemos e a intervir de forma a melhorar os espaços existentes em loja. Em 2022 desenhámos e testámos o conceito do Eco Spot, um novo espaço para os clientes entregarem os seus resíduos (pilhas, lâmpadas, óleos alimentares, cápsulas de café, rolhas, roupa, plástico e cartão, entre outros)», lembra a responsável.
CONSUMIDOR
O consumidor é cada vez mais exigente, não só com a qualidade ou o preço dos produtos, mas com a actuação das empresas como um todo. «Não só temos sempre reações muito positivas às campanhas que lançamos relacionadas com o tema, como temos sempre participações dos nossos clientes nas iniciativas – desde as acções da Missão Continente no âmbito da responsabilidade social, até à adesão ao festival Bom Para Portugal, por exemplo, que teve um palco 100% dedicado a conteúdos de sustentabilidade», explica Mariana Pereira da Silva.
Além disso, os clientes Continente são clientes que se sentem ligados à marca, por isso recebem muito feedback via redes sociais, linha de apoio ao cliente e outros pontos de contacto, em que não só são felicitados pelas iniciativas, como se demonstram interessados em participar e dar sugestões de como acham que é possível melhorar vários aspectos de actuação. «Somos totalmente a favor desse espírito colaborativo – a comunicação que fazemos é precisamente para o promover», destaca.
Neste seguimento, no final de 2021 foi lançada a iniciativa “Fora da Caixa”, disponível na plataforma Plástico Responsável Continente, para que os consumidores sugerissem melhorias para as embalagens dos produtos de marca própria do Continente. Receberam mais de 730 ideias. Além disso, a plataforma possibilita a interacção entre os utilizadores, há debates que surgem de forma totalmente espontânea entre os participantes sobre as sugestões propostas, o que é mais um sinal do interesse no tema e da vontade de contribuir com soluções reais para um mundo mais sustentável.
INICIATIVAS
O Continente participa de forma activa em iniciativas que promovam o desenvolvimento sustentável. Destaque para a participação da marca num conjunto de projectos-piloto de preparação para o futuro Sistema de Depósito e Reembolso (SDR) de embalagens de bebidas, a implementar em Portugal. Através deste sistema é possível assegurar a reciclagem de plástico de elevada qualidade e assegurar a sua reintrodução no sistema, maximizando a circularidade dos materiais. As 25 máquinas instaladas nas lojas Continente permitiram recolher mais de 12,4 milhões de embalagens de plástico.
Outra iniciativa a destacar, que contou com a participação do Continente, foi o projecto LIFEFood Cycle. Este projecto foi lançado em 2020 pela MC, em consórcio com a Phenix e apoiado pelo programa LIFE da União Europeia. «Traduz- -se numa plataforma digital da MC que permitirá às lojas Continente dar uma nova vida aos seus produtos alimentares em risco de quebra, tanto através de doações solidárias (digitalizando um processo manual já existente há largos anos), mas também através da venda B2B a novos parceiros (por exemplo restaurantes), que se prevê ocorrer a preços mais baixos», conclui Mariana Pereira da Silva.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Redução da pegada ambiental”, publicado na edição de Outubro (n.º 199) da Executive Digest.