Covid-19. Cibercrime aumenta durante pandemia. EDP e Altice entre as visadas

A usurpação de identidade e roubo do e-mail aumentaram em fase de pandemia, diz à “Renascença” Bruno Castro, presidente da Visionware e especialista em cibercrime, sublinhando que há empresas com nível de maturidade baixa, onde se fazem transferências que não se detectam.

Quer isto dizer que «é fácil enganá-las» porque «não estão habituadas a trabalhar com o virtual, na Internet, e este novo paradigma do email, tudo isto faz com que detectem o esquema apenas após três ou quatro transferências bancárias já realizadas e impossíveis de recuperar». «Por vezes detectam-se um mês ou mais depois», nota.

«Se quiserem, por exemplo, atacar um politico de renome, procuram fotografias e mensagens pessoais. Numa empresa, por seu lado, querem informações de negócios duvidosos ou de verbas avultadas», exemplificou Bruno Castro, alertando que o e-mail «é uma fonte de informação altamente relevante, tem volume massivo de informação num só sistema e este é o primeiro ponto de ataque».

O mais recente alvo de ciberataque é a Altice. Um grupo de piratas informáticos anunciou esta quinta-feira ter atacado os servidores da Altice Portugal, sendo que este é o mesmo grupo que reivindicou o ataque à EDP: chama-se CyberTeam e é um grupo constituído por hackers brasileiros, franceses e holandeses, mas também um português.

Contactada pela “Executive Digest”, fonte oficial da Altice Portugal confirmou o ataque. Porém «as consequências deste foram praticamente nulas», assegurou, esclarecendo ainda que todos os dias são alvo de ataques cibernéticos sem que estes causem impacto nos sistemas ou operações devido ao trabalho diariamente executado e ao desenvolvimento de nova tecnologia e software pela DCY (Head of CyberSecurity & Privacy) da área do CTO da Altice Portugal.

Já à “Renascença”, a Procuradoria Geral da Republica (PGR) apenas adiantou que no período de pandemia tem-se verificado um aumento dos fenómenos de cibercriminalidade, mas que ainda não tem os dados quantificados.  «O facto de haver milhões de pessoas em casa, em teletrabalho, utilizando meios de comunicação à distância e acesso remoto a sistemas informáticos, tem sido detectado um número muito significativo de mensagens fraudulentas que veiculam a prática de cibercrimes. Designadamente, assim acontece com mensagens de email e SMS contendo malware (por exemplo software de ransomware). Noutros casos, igualmente muito numerosos (também email ou SMS), as mensagens contêm links para páginas de phishing», explicou fonte da PGR.

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