Os fundos de capital de risco europeus registaram um desempenho significativamente superior ao das ações cotadas na Europa até ao final de 2024, revela o mais recente relatório da Invest Europe, Performance of European Private Equity Benchmark 2024.
O estudo, divulgado em junho, sublinha que todos os segmentos da indústria de private equity — desde os fundos de “buy-outs” até ao venture capital — apresentam taxas de retorno líquidas mais elevadas do que o índice MSCI Europe, que acompanha o desempenho das principais empresas cotadas europeias.
Segundo os dados do relatório, os fundos de “buy-outs” europeus (aquisição de empresas) geraram uma taxa interna de retorno (TIR) líquida de 14,86%, muito acima dos 6,21% registados pelo MSCI Europe. Também os “growth funds” (capital de expansão) apresentaram um retorno robusto de 14,57%, enquanto os fundos de venture capital alcançaram uma TIR de 11,34%, face aos 8,06% do índice bolsista.
Stephan de Moraes, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco – APCRI, sublinha esta parte do relatório para incentivar a participação de investidores institucionais em Portugal em fundos de capital de risco: “Os resultados em Portugal estão em linha com os europeus, pelo que, se os fundos de pensões e seguradoras portuguesas investirem uma pequena parte das suas aplicações na indústria de capital de risco nacional, vão poder pagar melhores reformas às pessoas e remunerar melhor os seus clientes”, afirma Stephan de Moraes.
Além de superarem os índices europeus, os fundos de capital de risco da Europa também apresentaram desempenhos comparáveis — e em alguns casos superiores — aos dos seus pares norte-americanos. Nos dez anos anteriores a dezembro de 2024, os fundos europeus de “buy-outs” e de “growth” registaram performances em linha com os dos EUA, enquanto os fundos europeus de venture capital superaram os norte-americanos (18,95% contra 15,44%).
O relatório destaca ainda a capacidade destes fundos para resistirem a períodos de elevada volatilidade e instabilidade económica, mantendo uma forte criação de valor. Em particular, os fundos europeus de “buy-outs” de médias empresas foram os mais rentáveis, com uma TIR líquida de 17,05% e um prazo médio de retorno do capital de apenas 3,83 anos — quase um ano antes dos seus congéneres norte-americanos.













