Siemens: O caminho para um futuro sustentável
Mais do que uma vontade, a transformação digital é uma necessidade para garantir a sustentabilidade das organizações e a sua capacidade para dar resposta a alguns dos desafios mais prementes a nível mundial. Embora o termo não seja novo e ao longo das últimas décadas se tenha tornado uma preocupação cada vez mais frequente entre os principais agentes económicos, é preciso fazer mais e mais rápido.
A esta altura não há dúvidas de que a tecnologia é uma das grandes aliadas no combate a desafios como as alterações climáticas e demográficas, assim como à crescente urbanização e escassez de recursos humanos, que colocam pressão sobre as organizações e a própria sociedade, desafiando a capacidade de se manterem relevantes, sustentáveis e competitivas. Isto mesmo está reflectido na posição da União Europeia, que classifica a transformação digital como uma das suas principais prioridades, considerando-a fundamental para a redução das emissões de carbono e do desperdício, mas também transformadora na optimização da produção, oferecendo vantagens competitivas e potenciando o surgimento de novos serviços e produtos. Esta é uma ideia que está em linha com a posição da Siemens, que acredita firmemente que a resposta aos principais desafios da actualidade passam efectivamente pela tecnologia com propósito.
Em termos de infraestruturas, o Sustainable & Smart Campus, implementado na sede da Siemens em Alfragide, é a prova de como a tecnologia e a digitalização podem melhorar a operação dos edifícios e alcançar elevados níveis de eficiência, segurança e conforto, sendo um laboratório vivo, que demonstra a capacidade transformadora da tecnologia.
Mas a tecnologia terá também um forte impacto nas indústrias, conferindo-lhes mais eficiência, conseguindo produzir mais e melhor com necessidade de menos recursos.
O caminho já começou a ser percorrido, existindo várias empresas de diferentes áreas em Portugal que estão a experienciar os benefícios da digitalização e da automação nos seus negócios, com melhorias ao nível da eficiência, produtividade e gestão de cadeias de fornecimento, através da implementação de soluções desenvolvidas pela Siemens.
No sector das águas, que gere um bem tão vital e cada vez mais escasso, são já vários os projectos desenvolvidos pela empresa no país, no sentido de tornar o sector mais sustentável e eficiente. É o caso da Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) e da Águas do Vale do Tejo, onde estão a ser instalados centros de controlo de água, energia e monitorização de emissões de gases com efeito de estufa e soluções avançadas de telemetria. Este tipo de resposta tecnológica permitirá uma gestão mais sustentável e eficiente dos recursos energéticos e hídricos, que tão relevantes são nos tempos atuais.
Na indústria farmacêutica, há também casos de como a digitalização permite agilizar e melhorar os processos. Foi implementada na Iberfar uma máquina modular inovadora para a produção, contagem e enchimento de medicamentos, que permitirá à empresa melhorar a resposta às elevadas exigências dos clientes, aumentar a flexibilidade e a eficiência da produção e da operação desta unidade fabril. Este projecto inovador utiliza a simulação de gémeos digitais, permitindo a reutilização de máquinas e linhas de produção padronizadas para outro tipo de produtos mais personalizados e em massa, sem ser necessária a aquisição de novos equipamentos.
No sector da energia, por exemplo, foi instalado um sistema de armazenamento de energia por baterias e um sistema inteligente de gestão de microrrede na ilha Terceira, a pedido da EDA – Electricidade dos Açores, que permitirá aumentar a incorporação de renováveis para valores acima de 60%, reduzindo o consumo de combustíveis fósseis e as emissões de gases de efeito de estufa. Este sistema – que regulará principalmente a frequência e a tensão da rede eléctrica, aumentará a segurança do fornecimento de energia e absorverá e armazenará o excesso de energia produzida por fontes renováveis, devolvendo-a à rede durante horários de pico de consumo ou de baixa produção -, mostra o poder que a digitalização tem de transformar as infraestruturas, tornando-as mais inteligentes e sustentáveis.
Já no sector imobiliário residencial, a Siemens forneceu e instalou 220 carregadores para veículos eléctricos e um sistema de gestão inteligente na Torre Infinity, situada em Sete Rios. Este sistema de gestão, desenvolvido em Portugal pelas equipas de engenharia da empresa, permite monitorizar e gerir os consumos de energia e optimizar a performance do edifício.
No caso da indústria automóvel, por sua vez, foi instalado na Volkswagen Autoeuropa um sistema inteligente de localização inhouse, de veículos em tempo real, que está a contribuir para melhorar a segurança dos trabalhadores e maximizar a eficiência operacional.
Mas apesar dos passos que estão a ser dados, os países – Portugal incluído – não estão ainda onde seria desejado estar, com todos os negócios e todas as indústrias – desde multinacionais a pequenas e médias empresas e start-ups – a compreenderem verdadeiramente os benefícios e valor acrescentado que a digitalização e a automação trazem.
O grande desafio continua na capacidade de fazer esta transformação digital – que requer uma nova série de competências e capacidades – de forma rápida, fácil e escalável, de modo que ninguém fique para trás. Foi nesse sentido, e com o objectivo de dar resposta a esse desafio, que foi lançada a Siemens Xcelerator, explica Luís Bastos, responsável pela Digital Industries (DI) da Siemens Portugal. Trata-se de uma plataforma de negócios digital aberta que inclui um portefólio seleccionado de todo o universo da Siemens e que junta diferentes parceiros, com o propósito de ajudar as organizações a acelerar a sua transformação digital da forma mais simples e eficiente possível. A sinergia nesta matéria é mesmo a palavra-chave, uma vez que esta é uma área em que ninguém conseguirá singrar sozinho, sendo crucial uma ação conjunta e a participação de todos.
E agir é mais fundamental do que nunca. A Década Digital da Europa, apresentada pela Comissão Europeia, traça metas e objectivos claros para 2030, que abrangem todos os países do bloco europeu, entre os quais Portugal, e que obrigam a colocar o pé no acelerador rumo à tão necessária transformação digital e descarbonização da economia e indústrias.
IA E METAVERSO INDUSTRIAL NO CENTRO DA MUDANÇA
A estratégia para uma transformação digital com sucesso passa indubitavelmente pela aposta nas tecnologias certas e mais avançadas. Neste leque de tecnologias estão a inteligência artificial e o metaverso industrial, que são pilares fundamentais na mudança que se exige.
A IA faz parte do léxico da Siemens há vários anos e é hoje uma das tecnologias-chave, sendo a IA industrial, ou seja, a inteligência artificial para os sectores como a indústria, as infraestruturas, a mobilidade e a saúde, a principal aposta. Mas a grande viragem deu-se recentemente, com a combinação entre a inteligência artificial generativa e o metaverso industrial a permitir o desenvolvimento de soluções de forma mais fácil e mais rápida, acelerando a inovação, a sustentabilidade e o acesso a novas tecnologias.
“Conseguimos desenvolver novas tecnologias mais rápido do que no passado porque podemos combinar o mundo real com o digital”, refere o responsável pela Digital Industries da empresa em Portugal. Para Luís Bastos, esta junção terá um impacto profundo na forma como vivemos. O metaverso industrial permite espelhar e simular máquinas, fábricas, cidades e redes de energia e de transportes reais, bem como outros sistemas altamente intrincados. A longo prazo, permitirá também representações e simulações do mundo real totalmente imersivas, em tempo real, fotorrealistas, interactivas, persistentes e síncronas, o que lhe confere um potencial de transformação enorme.
“O Metaverso industrial e a IA generativa vão transformar a forma como nos movemos, trabalhamos ou fabricamos. Vão redefinir a realidade e transformar o dia a dia de todos, em todo o lado”, afirma Luís Bastos, detalhando que da mesma forma que a máquina de vapor impulsionou a primeira revolução industrial, a IA é agora o equivalente moderno e o metaverso industrial o catalisador desta transformação.
A meta é que esta tecnologia acabe por revolucionar todas as indústrias, mudando radicalmente a forma como vivemos e trabalhamos, como constata um estudo da Siemens e do MIT Technology Review.
“Com o metaverso industrial e a IA queremos acelerar a inovação, promover a sustentabilidade e democratizar o acesso à tecnologia”, refere Luís Bastos, acrescentando que ao simular processos num ambiente virtual imersivo “será possível optimizar recursos, reduzir o desperdício e promover práticas mais sustentáveis em todas as fases dos ciclos de vida dos produtos e das infraestruturas”.
Uma das grandes particularidades deste processo de inovação é a de que as parcerias entre diversas entidades serão essenciais. Concretizar o metaverso industrial implicará inevitavelmente uma colaboração forte, transversal e aberta com a Academia e unidades de investigação & desenvolvimento, fornecedores, concorrentes e até consumidores, entre muitos outros.
Para a Siemens, não há qualquer dúvida de que a transição para um futuro mais sustentável e descarbonizado passa pelo recurso a tecnologia de ponta e, por isso, esta – que será o grande motor da competitividade das empresas – deve ser abraçada e não temida. “Face às inegáveis alterações demográficas, ao envelhecimento da população e à escassez de recursos técnicos no mercado, a IA permitirá, por exemplo, às indústrias continuar a crescer, a melhorar a produtividade e a qualidade das atividades que desenvolvem”, exemplifica Luís Bastos.
Para o responsável, o caminho para a digitalização já começou sendo crucial que todas as empresas e indústrias, independentemente do ponto de partida, ou dimensão – sejam pequenas, médias ou grandes empresas – o percorram. Só com um forte ecossistema será possível ter sucesso e moldar o futuro, a Siemens está disponível para acompanhar este processo.
>> Luis Bastos, responsável da Siemens para a área da Digital Industries
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Transformação Digital”, publicado na edição de Agosto (n.º 221) da Executive Digest.