Montenegro aponta Escola Portuguesa como “instrumento poderosíssimo” de cooperação

O primeiro-ministro classificou hoje a Escola Portuguesa como “um instrumento poderosíssimo” de cooperação e perpetuação da língua e assegurou empenho do Governo em resolver os problemas de precariedade de docentes que ainda subsistem em Luanda.

Luís Montenegro visitou hoje a Escola Portuguesa de Luanda, no âmbito da visita oficial de três dias que está a realizar a Angola, a convite do Presidente da República João Lourenço.

“Em primeiro lugar, esta escola portuguesa, como outras, é obviamente uma fonte de cooperação extrema entre Portugal e Angola e é também uma forma de nós, através do nosso sistema de educação, podermos estar perto da nossa comunidade e ao mesmo tempo atrair para o ensino do português crianças e jovens que não sejam descendentes de portugueses”, destacou.

De forma genérica, Montenegro considerou as várias escolas portuguesas como “um instrumento poderosíssimo” e dos mais eficazes para a preservação da identidade, da cultura e da língua portuguesas.

No caso concreto de Luanda, o primeiro-ministro apontou que foi “uma das primeiras matérias” analisadas pelo Governo PSD/CDS-PP lidera, depois de tomar posse no início de abril.

Em causa, está uma situação de 70 professores “em situação de precariedade grave” há mais de dois anos, tendo o Governo aprovado um diploma em Conselho de Ministros para assegurar que os contratos desses professores que acabam a 31 de agosto possam ser integrados na carreira ou garantir um contrato estável de trabalho, já tendo levado o ministro da Educação, Fernando Alexandre, por duas vezes à capital angolana.

“Era muito importante e é importante ter a questão da estabilidade do corpo docente e do seu normal funcionamento resolvida. A situação não está completamente ultrapassada, mas nós estamos a fazer um esforço grande”, disse hoje o primeiro-ministro.

Na Escola Portuguesa de Luanda, onde estudam mais de 2.000 crianças e jovens (entre o pré-escolar e o 12.º ano), Montenegro ouviu os hinos nacionais de Angola e de Portugal cantados por seis alunas e visitou as instalações, atualmente desertas devido às férias escolares.

Na biblioteca da escola, o primeiro-ministro deixou como presente “As Obras Completas” do poeta Luís Vaz de Camões.

“Trouxe uma pequena lembrança que tem tudo a ver com aquilo que eu acabei de dizer, com o ensino da nossa língua, com a nossa identidade histórica, com a preservação da nossa cultura e com o reconhecimento que nós devemos ter àqueles que são os nossos maiores”, enalteceu.

Da escola, Luís Montenegro seguiu para uma visita à Fortaleza de São Miguel, uma fortificação militar do século XVI que passou a museu após a independência de Angola, com a agenda do primeiro dia da visita a terminar ao final da tarde com uma receção à comunidade portuguesa, num hotel em Luanda.

A visita oficial do primeiro-ministro a Angola termina na quinta-feira à noite.

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