Nova exigência de capital do BdP aumenta em 26 ponto base DOS requisitos de fundos próprios do BCP

O BCP estimou hoje que a nova reserva de capital imposta pelo Banco de Portugal (BdP) para os créditos garantidos por imóveis destinados a habitação se traduzirá num aumento em 26 pontos base dos requisitos de fundos próprios.

“O Banco Comercial Português S.A. informa que esta decisão de imposição desta medida que visa a constituição de uma reserva para risco sistémico setorial se traduziria em base proforma num aumento estimado dos requisitos de fundos próprios em 26 pontos base”, avança a instituição bancária num comunicado enviado hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O BdP anunciou na quarta-feira que, a partir 01 de outubro de 2024, os bancos que utilizam o método de notações internas vão passar a ter de fazer uma reserva de capital para os créditos a clientes particulares garantidos por imóveis destinados à habitação.

Com esta medida – que deverá ser revista de dois em dois anos e abrange os bancos BCP, BPI, Santander e Novo Banco (os que usam a metodologia IRB – ‘Internal Ratings Based’, que avalia a capacidade de os clientes pagarem o empréstimo ao banco) – o banco central diz pretender “aumentar a resiliência das instituições perante uma potencial materialização futura de risco sistémico no mercado imobiliário residencial em Portugal”.

A decisão do BdP traduz-se na exigência do cumprimento de uma reserva para risco sistémico setorial de 4% sobre o montante das posições em risco sobre a carteira de retalho de pessoas singulares garantidas por imóveis destinados à habitação localizados em Portugal e deverá obrigar os bancos afetados a colocarem de lado cerca de 400 milhões de euros.

Na quinta-feira, durante a conferência “Banca do Futuro”, que decorreu em Lisboa, os presidentes dos principais bancos disseram não estar preocupados com esta nova exigência do regulador e supervisor bancário.

O presidente do BCP, Miguel Maya, disse que a medida “não altera nada” no seu banco, nem em termos de capital, nem de expectativas de distribuição de dividendos, justificando que isso acontece porque o BCP tem níveis de prudência elevados.

Também o presidente do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, falou numa exigência “sem impacto”, quer no banco, quer na sua relação com os clientes, enquanto o administrador executivo do Novo Banco Luis Ribeiro referiu que o impacto no banco será “perfeitamente normal”.