Ucrânia: Fabricantes de armas europeus ‘aos arames’ para responder ao maior crescimento do negócio desde a Guerra Fria

Os fabricantes de armamento na Europa Central estão a braços com o maior ‘boom’ no crescimento do negócio desde o final da Guerra Fria, e tomam medidas para correr atrás do prejuízo e garantir que as encomendas que chegam da Ucrânia e de países aliados são concluídas. Em muitos casos, esta indústria estava como que ‘congelada’ ou tinha-se também dedicado ao fabrico de outro tipo de equipamentos.

Pedro Gonçalves
Agosto 2, 2023
14:04

Os fabricantes de armamento na Europa Central estão a braços com o maior ‘boom’ no crescimento do negócio desde o final da Guerra Fria, e tomam medidas para correr atrás do prejuízo e garantir que as encomendas que chegam da Ucrânia e de países aliados são concluídas. Em muitos casos, esta indústria estava como que ‘congelada’ ou tinha-se também dedicado ao fabrico de outro tipo de equipamentos.

As fábricas, na Polónia e Chéquia, enfrentam o desafio de um dos mercados com mais falta de mão-de-obra da Europa, e por isso estão a adotar e expandir programas de recrutamento e treino de novos trabalhadores, construção de blocos de apartamentos residenciais para os funcionários ou até a oferecer benefícios extra, como refeições grátis na cantina.

O Grupo STV, que fabrica munições e artilharia é um dos exemplos: Vai começar a construir apartamentos para acolher os novos trabalhadores na cidade próxima da sua maior fábrica, em Policka, na Chéquia.

Para além desta medida, a empresa está também a ‘chamar’ antigos funcionários para almoçarem na cantina, nas instalações das fábricas, para que haja partilha de conhecimento e experiências sobre as linhas de produção que foram reativadas.

“Esta partilha informal de ideias tem efeitos excelentes e imediatos na eficiência dos processos de produção”, aponta David Hac, diretor da STV. A produção desta e outras empresas do mesmo setor poderá significar um ‘salto’ de 20% de crescimento da produção só na Chéquia.

A fabricante de explosivo Explosia, que tem 600 trabalhadores, contou com lucros de mais de 50 milhões de euros no ano passado, e está agora a lançar um programa de cooperação com universidade para acelerar a automação de processos de produção, para responder à falta de trabalhadores.

Já o polaco WB Group, que fabrica drones e sistemas de mísseis, também teve de ‘mudar a cas’ para responder á nova realidade que a guerra na Ucrânia veio trazer. Passou a contratar mais mulheres para as linhas de montagem, e no ano passado as receitas já ascenderam aos 145 milhões de euros.

Recorde-se que a Europa Central é uma ‘via’ essencial para o armamento das forças ucranianas: dos 29 países que ofereceram armamento, a Polénia e a Chéquia representam mais de 20% do total de armas importadas em termos de volume.

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