Bloomberg: Há um português na lista dos CEO “a seguir” em 2020

Miguel Patrício, CEO da Kraft Heinz, é um dos cinco presidentes executivos a quem se deve prestar atenção, destacado pelos analistas da Bloomberg Intelligence na Bussinessweek.

“Patrício assumiu o cargo mais alto da empresa alimentar em Julho e ainda tem de apresentar o seu plano de recuperação”, salientam os analistas. O responsável chega à Kraft depois de ter passado pela Anheuser-Busch InBev, onde desempenhou funções ligadas ao marketing, “para se focar na reanimação das principais marcas e tentar concretizar eficiências operacionais”, realçam os mesmos analistas.

Além do português Miguel Patrício, compõem a lista Lard Friese, na Aegon desde Maio; Philip Jansen, do BT Group; Jitse Groen, da Takeaway/Just Eat; e John Legere, da T-Mobile.

E, neste contexto, a Kraft Heinz é uma das empresas que os analistas recomendam acompanhar de perto. “A questão é saber se a nova gestão consegue executar a recuperação. O CEO Miguel Patrício tem um passado de marketing; continua por provar que consegue recuperar os fundamentais da empresa, numa indústria que luta por conseguir reinventar marcas icónicas para continuarem a ser relevantes”, refere a analista da Bloomberg Intelligence, Jennifer Bartashus, citada pela Bussinessweek.

Isto porque são 50 as empresas que os analistas da Bloomberg recomendam acompanhar em 2020. Estes analistas, que acompanham cerca de 2000 empresas que actuam em diversos sectores, identificaram as empresas que deverão lançar novos produtos ou serviços no próximo ano, que prometem fazer mexer o mercado, avança o JN.

Não há qualquer cotada portuguesa entre as empresas destacadas. Entre as cotadas, há duas empresas do sector automóvel: a Fiat Chrysler e a Volkswagen, empresas que enfrentam um ano de desafios, num contexto de fragilidades diferentes. No caso da Fiat, o cenário de uma fusão com a Renault, que já este ano esteve em cima da mesa, poderá regressar ou poderá ter interessados em marcas lucrativas como a Jeep e a Ram.

Quanto à Volkswagen, a empresa alemã continua a tentar recuperar do escândalo da emissão de poluentes e está a apostar nos carros eléctricos. “Chave para este esforço é o ID.3, que a VW vai começar a vender em meados de 2020, com um preço inicial de cerca de 30 mil dólares para competir com o Model 3 da Tesla”, salienta o analista Michael Dean.

A Altice Europe, dona da Meo em Portugal, é outra cotada que surge na lista. “As melhorias na rede e no serviço impulsionaram as probabilidades de uma recuperação sustentável em 2020, marcando uma rutura com os erros anteriores e as lacunas na qualidade da rede”, consideram os analistas. “A dívida recorde está a aumentar os retornos das ações; ao reduzir a dívida e aumentar o EBITDA, a empresa procura cumprir as metas de alavancagem e, quando esta for alcançada, iniciar a recompra de ações”, acredita o analista Erhan Gurses citado pela Bussinessweek.

O Facebook também consta na lista, com os analistas a acreditarem que o próximo ano deverá ser marcado por uma “descolagem dos novos negócios, com o Instagram a ser alavancado pelo ecommerce e o Messenger a expandir o alcance das histórias. As expectativas de crescimento das receitas do Facebook para 2020 estão amarradas a questões regulatórias. Baixas expectativas, comparações de crescimento mais moderadas, e os novos negócios podem levar a resultados melhores do que o esperado”, admite Jitendra Waral.

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