Preço da carta de condução pode variar entre os 375 e os 920 euros

O preço da carta de condução pode variar entre os 375 e os 920 euros, uma diferença de 545 euros, mas só para quem tirar a carta sem chumbar, releva um estudo da Deco Proteste.

A Deco Proteste analisou o custo da carta de condução em 200 escolas de Portugal e concluiu que a diferença entre o valor mínimo e o máximo foi de 545 euros, para quem passe à primeira nos exames e sem incluir atestado médico e material didático.

escolas conducao

Segundo o estudo, o preço da carta varia entre os 375 e 920 euros e é em Évora e Braga onde foram encontrados os valores mais elevados, enquanto a zona da Grande Lisboa e no Funchal apresentam os preços mais baixos.

As conclusões do estudo, que vão ser publicadas na edição de novembro da revista “Proteste”, indicam que Lisboa e Matosinhos foram as localidades onde foi detetada maior disparidade de preços, chegando aos 300 euros.

O atestado médico obrigatório para tirar a carta de condução pode ser passado por qualquer médico, mas algumas escolas oferecem este serviço.

“Das 200 escolas contactadas, 162 referiram que tinham um médico que dava consulta na escola ou indicaram um consultório a onde o candidato poderia deslocar-se, mas apenas 28 informaram que a consulta era gratuita ou que estava incluída no preço. Nas restantes 134, obter o atestado médico através da escola aumentava o valor em 10 a 50 euros, sendo o montante médio de 26,50 euros”, refere a revista.

Sobre as aulas teóricas e práticas, o estudo mostra que só as escolas do Continente têm um equipamento certificado que regista o número de horas e dos quilómetros percorridos.

De acordo com a revista, todas as escolas indicaram o número mínimo obrigatório de aulas teóricas e, em geral, acrescentaram que o candidato poderia frequentar mais sem acréscimo de custos.

Quanto às práticas, no Continente e no Funchal, também foi sempre mencionado um mínimo de horas e quilómetros, como a lei fixa, e todos negaram a possibilidade de fazer menos.

Irregularidades nos Açores

Já nos Açores, a Deco Proteste detetou algumas irregularidades, tendo as escolas de condução Arrifes, Central e Ilha Verde, em Ponta Delgada, indicado menos horas do que as exigidas.

Algumas escolas dos Açores referiram à revista que não contam os quilómetros percorridos, dado que os veículos ainda não têm o equipamento que permite controlar o tempo e a distância.

O estudo concluiu também que a grande maioria das 184 escolas do Continente opta pelo centro público ou pelo privado, mas 37 aconselham o público, por ficar mais perto, e 45 o privado, por ser mais rápido, enquanto 12 escolas da área metropolitana de Lisboa e duas do Porto indicaram só fazerem exames em centros privados e justificaram-no com atrasos na marcação nos públicos.

Caso se chumbe, os custos aumentam, podendo a repetição do exame custar entre os 15 euros e os 202,95 euros, indica o estudo, frisando que o preço médio é de 119,66 euros.

No entanto, segundo a Deco Proteste, 10 escolas, incluindo sete em Braga, informaram que não cobravam pela repetição do exame de código e outras duas aplicavam o mesmo princípio, se o exame fosse num centro público.

Evite pagar demasiado

Nas 200 escolas do estudo, o custo da carta da categoria B variou bastante. Alguns cuidados simples podem ajudar a poupar dezenas de euros.

• Visite várias escolas para se informar sobre o custo. Veja as da zona onde vive, mas também as que ficam próximas do local onde estuda ou trabalha.

• Certifique-se do que está incluído no preço e questione sobre despesas adicionais. Por exemplo, o preço pode não incluir as taxas de exame ou de emissão da carta ou o material didático.

• O atestado médico pode ser passado por qualquer médico. Se optar pelo centro de saúde, quando muito, paga a taxa moderadora da consulta. Em alternativa, pergunte se a escola tem acordo com algum médico e, em caso afirmativo, se o custo está incluído no preço ou se terá de ser pago à parte, e qual o valor.

• Dependendo da zona do País e da escola, optar por um centro de exames público ou privado pode alterar o preço final. Mas há outras variáveis, como o tempo de espera pela marcação do exame e a possibilidade de a prova prática ser realizada num local mais ou menos conhecido. Informe-se do procedimento da escola, antes de decidir.

• Para evitar surpresas, pergunte quais os custos em caso de reprovação nos exames, dado que podem encarecer bastante o preço final.

• Quando se inscrever, se a escola não o fizer, exija um contrato escrito, que cumpra os requisitos legais, incluindo o número mínimo de lições teóricas e de horas e quilómetros a percorrer no ensino prático, bem como todos os valores a pagar.

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