Coronavírus vai continuar a evoluir e próximos invernos serão “complicados”, alertam especialistas

O vírus da Covid-19 vai continuar a evoluir nos próximos anos e os invernos futuros serão “complicados”, alertaram os principais consultores médicos do governo do Reino Unido.

Em conferência de imprensa esta quarta-feira, o principal conselheiro científico da Inglaterra, Patrick Vallance , disse que “o vírus continuará a evoluir e provavelmente será bastante rápido nos próximos cinco anos”.

“Uma coisa que este vírus nos ensinou é a não ser arrogante”, afirmou. “Citando um colega americano, podemos comemorar quando o sol está a brilhar, mas temos de ter sempre um guarda-chuva connosco”, ressalvou.

Já a o diretor médico de Inglaterra, Chris Whitty, sublinhou que novas variantes da Covid-19 podem causar “problemas significativos”, incluindo potencialmente um risco maior de hospitalização do que a Ómicron.

O responsável sublinhou ainda uma boa vigilância e a capacidade de intensificar rapidamente e proteger os mais vulneráveis ​​como “pontos críticos que temos de manter muito além das próximas semanas, no resto do ano, para continuar a gerir esta epidemia”.

Segundo Whitty, maximizar a ventilação, lavar as mãos e usar máscaras em espaços fechados com grande número de pessoas quando há uma quantidade significativa de casos continua a ser importante.

Estas declarações surgem dias depois de Boris Johnson ter anunciado um alívio das regras no Reino Unido. A partir de amanhã, o auto-isolamento para pessoas que testem positivo à Covid-19 será abolido.

O primeiro-ministro garantiu, no Parlamento inglês, que é hora de afastar as restrições contra a covid-19 uma vez que, embora a pandemia não tenha terminado, os dados apontam para “já ter passado o pico da onda Ómicron”.

O teste universal gratuito vai terminar em Inglaterra no dia 1 de abril, garantiu Boris Johnson. “A partir do primeiro dia de abril, quando o inverno terminar e o vírus se espalhar menos facilmente, encerraremos os testes sintomáticos e assintomáticos gratuitos para o público em geral”, apontou.

As medidas deveriam caducar dentro de um mês, a 24 de março, mas o Executivo britânico decidiu antecipar a data e avançar com o que apelidou de estratégia “aprender a viver com a covid”, substituindo a intervenção do Governo pela responsabilidade pessoal individual.

“Não precisamos de leis para obrigar as pessoas a serem atenciosas com os outros. Podemos confiar nesse sentido de responsabilidade de uns para com os outros, fornecendo recomendações práticas sabendo que as pessoas as seguirão para evitar infetar entes queridos e outros”, concluiu.

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