Ensaio: Volvo C40 Recharge 402cv, à procura da natureza

A Volvo lança-se na eletrificação com o C40 Recharge Twin, um SUV coupé com 402 cv (mecânicos), com uma aceleração dos 0-100km/hora em 4.9s e uma bateria de 75kwh (utilizável) que, segundo a marca permite uma autonomia até 436km em ciclo WLTP.

Mas o mais importante não são os valores, mas o modo como chegamos até eles e também como a marca interpretou o conceito elétrico

Exteriormente o C40 cativa, pois, foi “beber” muita da sua estética ao XC40 mas aqui “acrescentando-lhe” um pouco de traseira, definindo os contornos do coupé e rematando com uns grupos óticos mais estilizados (e minimalistas), bem como, um feixe luminoso para a travagem, em boomerang, mas com assinatura luminosa por blocos de leds. Em resumo, uma dianteira e traseira que, por si só cativam.

O interior é um “déjà-vu” da marca. Boa qualidade de construção, bons materiais, uns bancos muito confortáveis e anatómicos (extensíveis na zona dos joelhos), num desenho minimalista que a Volvo utiliza atualmente. Excetuando o software do écran central – bem posicionado – mas que exige habituação e aprendizagem, o C40 vem com um sistema de som Harman Kardon muito interessante. Em termos do espaço a bordo este é abundante, tanto na dianteira como na traseira.

E, em estrada?

Com a bateria carregada e, num dia de extremo calor, fiz o trajeto Lisboa- Comporta onde gastei 38% da bateria (126kms) com uma utilização demasiado despreocupada em autoestrada, o que originou também o consumo obtido. No regresso o trajeto foi para o Meco – 140km – e depois para Lisboa (62km), sempre pelas nacionais e a velocidades mais reduzidas.  No final terminei com uma autonomia de 90kms. Contas feitas, quase 420kms de autonomia

Notei sobretudo um conforto elevado (é certo que em piso muito degradado se nota que estão ali baterias – leia-se peso – e o conforto é ligeiramente diferente); uma insonorização muito bem conseguida; AC potente (o tecto em vidro podia ter cortina), a direção parametrizável para maior peso é interessante, mas podia ser ainda mais pesada para um maior feeling (gosto pessoal); o comportamento é de bom nível e sobretudo eficaz.

Numa viatura onde nem sequer é necessário o botão de start-stop (basta entrar e selecionar a alavanca no D), o C40 é acima de tudo prático, ou pretende sê-lo. Os sistemas de segurança são os normais (!!!!) em todas as viaturas atuais (e não é uma crítica, mas uma boa constatação), desde os assistentes de faixa de rodagem, ângulo morto; cruise control adaptativo, e-pedal…. até ao sistema de camaras de estacionamento muito hi-tech. O modo como os mesmos interagem com o condutor é que podem diferir. Mais bruscos ou mais suaves; com alguns falsos-positivos , etc. Neste C40, gostei bastante das parametrizações utilizadas.

O Volvo é também um automóvel que gosta de ser conduzido e apreciado. Tem mais de 400cv, não é impetuoso, mas suave nos seus mais de 2.000kg. Com um preço de 61.500€ está disponível nas concessões da marca

 

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