Edifícios de escritórios com certificações ambientais têm rendas mais elevadas, conclui relatório

Os edifícios certificados têm rendas mais elevadas e taxas de disponibilidade mais baixas do que outros que não apresentam certificação, concluiu o estudo ‘Is sustainability certification in Real Estate worth it?’, realizado recentemente pela CBRE.

O relatório integra uma análise da evolução da oferta de escritórios e da ocupação aos longo dos últimos cinco anos, em 15 cidades europeias, incluindo Lisboa, compreendendo um total de 128 milhões de metros quadrados, tendo sido tidas em conta as certificações BREEAM, LEED e WELL, bem como a HQE (França).

Numa nota enviada à imprensa acerca do estudo, é referido que o mesmo se propõe a responder à questão “Terão os edifícios certificados características distintas de desempenho – ocupação, renda e disponibilidade – diferentes das de edifícios não certificados?”, à qual são apresentadas uma série de conclusões.

 

Número de edifícios de escritórios com certificações aumentou

Segundo a CBRE Portugal, os benefícios destes edifícios estão associados às categorias impacto ambiental positivo, através da redução de resíduos e emissões de gases de efeito estufa (GHG) em todo o ciclo de vida do edifício; redução de custos, através do menor consumo de água e energia assim como menores custos de operação e manutenção; maior conforto, bem-estar e produtividade resultantes de melhor qualidade ambiental; e melhoria da reputação corporativa resultante do compromisso com os requisitos de sustentabilidade corporativa.

O relatório aponta que, nos últimos cinco anos, a área em edifícios de escritórios com certificações aumentou mais rapidamente que o total da oferta existente, sendo que em alguns mercados por uma margem ampla sendo que, nos mercados com uma contração do edificado de escritórios, como Lisboa e Copenhaga, registou-se uma grande subida na oferta de escritórios certificados.

“Em Lisboa, o peso da oferta de escritórios com certificados no edificado total aumentou para 2,9% no final do primeiro semestre de 2021 em comparação com apenas 0,3% em 2016”, é esclarecido no comunicado.

Além disso, o estudo revela uma subida para 31% na primeira metade deste ano em comparação com apenas 24% em 2016 no peso da ocupação em edifícios certificados relativamente à ocupação total

“Apesar da tendência ser clara, não é o resultado de um crescimento linear, tendo-se verificado grandes variações em alguns mercados. Em Lisboa, 10,2% da área ocupada nos primeiros seis meses do ano foi em edifícios certificados. Esta tendência de crescimento deverá consolidar-se à medida que surgem novos projetos de construção”, é sublinhado no documento.

 

Disponibilidade mais baixa em edifícios certificados

O estudo aponta ainda para uma taxa de disponibilidade mais baixa em edifícios certificados; no ano passado, com a pandemia, registou-se um aumento generalizado da taxa de disponibilidade, incluindo em edifícios certificados. “No entanto, com a recuperação dos mercados após a pandemia, a taxa de disponibilidade em edifícios certificados está novamente a descer, contrariamente a edifícios não certificados”, conclui.

No que diz respeito ao aumento das rendas, o relatório dá conta de que os edifícios certificados têm um prémio entre 13 e 29%, num período de cinco anos, relativamente aos edifícios não certificados, consoante os mercados, sendo a média de 21%.

Por fim, quando à valorização desses edifícios, a CBRE apurou que, tendencialmente, os certificados de sustentabilidade têm um impacto fundamental nas características de um edifício e, portanto, também maior influência no seu valor. Porém, a entidade questiona “se é a certificação por si só ou as características únicas que o edifício atingiu durante a certificação ou mesmo a sua localização que têm maior impacto na valorização do edifício”.

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