Vice-governador do banco de Inglaterra compara “onda crypto” com crise financeira de 2008 e alerta para “colapso nos mercados”
O vice-governador do Banco de Inglaterra e membro do Conselho de Estabilidade Financeira das 20 maiores economias do mundo, Sir Jon Cunliffe, alertou hoje para o facto de os critptoativos, como a Bitcoin, poderem “desencadear um colapso financeiro”.
O banqueiro comparou o crescimento das criptomoedas ao valor em espiral das hipotecas subprime dos EUA antes da crise financeira de 2008, pelo que para o vice-governador existe um perigo de os mercados financeiros poderem sere abalados dentro de alguns anos por um evento de magnitude semelhante.
Cunliffe sublinhou que, embora o mercado financeiro esteja mais robusto do que em 2008, “os governos deveriam ser cautelosos sem exagerar nas inovações financeiras”.
Parar o membro do Conselho de Estabilidade do G20 “há evidências de que os especuladores estão a começar a emprestar dinheiro para aquisição de criptoativos” e que neste momento já há uma pesquisa que prova que já foram gastos 40 mil milhões de dólares em fundos, que foram emprestados para este tipo de negócio.
Segundo o banqueiro, só no Chicago Mercantile Exchange estão a ser transacionados dois mil milhões de dólares em critptoativos todos os dias.
“A maior parte desses ativos não tem valor intrínseco e são vulneráveis a grandes correções de preço. O mundo crypto está a começar a conectar-se com o sistema financeiro tradicional e isto está a acontecer sem regulamentação”, alertou Cunliffe.
“Atualmente, os riscos de instabilidade financeira são relativamente limitados, mas podem crescer muito rapidamente se, como eu espero, essa área continuar a expandir a um ritmo acelerado. O tamanho desses riscos que poderiam crescer dependerá em grande parte da natureza e da velocidade da resposta das autoridades reguladoras e de supervisão”, acrescentou.
Cunliffe disse que a orientação elaborada pelos órgãos que regulam os mercados financeiros globais levou dois anos para ser escrita. “Durante este tempo as plataformas de negociação de moedas digitais haviam expandido dezasseis vezes”, alertou o economista.