Quer salvar o planeta? Pode começar por não enviar e-mails de agradecimento

As autoridades britânicas que trabalham em planos para combater as alterações climáticas descobriram uma nova ameaça ao planeta: milhões de emails «desnecessários» enviados todos os dias, incluindo aqueles que não dizem nada além de «obrigado», avança o ‘Financial Times’.

O Reino Unido, que será o anfitrião da cimeira das Nações Unidas sobre alterações climáticas no próximo ano, está a procurar soluções inovadoras para reduzir as emissões de carbono, e a pegada deixada pelos utilizadores online chamou a sua atenção.

As autoridades ficaram particularmente impressionadas com estudos que sugerem que mais de 64 milhões de emails desnecessários são enviados pelos britânicos todos os dias, bombeando milhares de toneladas de carbono na atmosfera devido à energia que consomem.

«Temos analisado pesquisas que sugerem que, se reduzíssemos a quantidade de emails para apenas um por dia, conseguiríamos economizar muito carbono», disse uma fonte envolvida nos preparativos da cimeira da ONU, citada pelo ‘Financial Times’.

A questão dos emails desnecessários foi levantada num artigo recente do National Cyber ​​Security Centre (NCSC), uma agência sediada em Londres, cuja responsabilidade é garantir a segurança online do país segura, contudo o organismo recusou-se a prestar comentários sobre o sucedido.

A pegada de carbono de um email surge da eletricidade utilizada para alimentar os dispositivos nos quais ele é escrito e lido, nomeadamente, as redes que transmitem os dados e os data centers que os armazenam.

Os especialistas estimam que os centros de dados respondam por menos de 0,1% da pegada de carbono mundial, um número pequeno em comparação com os 20% atribuídos aos carros. No entanto, as emissões dos data centers estão a aumentar devido a um maior do uso de ferramentas online, como videochamadas, jogos e outras aplicações.

«É importante reconhecer que o tráfego de dados tem uma penalização de energia e carbono», disse Susanne Baker, diretora associada para o clima, meio ambiente e sustentabilidade da TechUK, um grupo industrial sem fins lucrativos.

No entanto, a responsável sublinhou que o setor de tecnologia investiu bastante no aumento do uso de energia renovável em vez de combustíveis fósseis, e referiu que algumas previsões da indústria apontam para uma redução de 50% do carbono até 2030.