A análise de João Bento, CEO dos CTT
Começo por notar que o sentimento generalizado é de “normalidade” (58%) ou “ligeiro pessimismo” (27%), baseados no desempenho do 1.º semestre, mas quero dar mais importância ao facto de se identificar alguma vontade de reacção quer com base em crescimento orgânico (25%), quer com base na procura de novos mercados (20%). Mais preocupante, para mim, é a indicação de que é convicção maioritária de que o Governo é o principal influenciador da actividade económica (68%), o que talvez justifique a surpreendente fé colocada na anunciada “Agenda Transformadora” e a mais óbvia urgência que impera sobre a redução da burocracia (75%). Partilho as preocupações evidenciadas por metade dos participantes do painel quanto à escassez de mão-de-obra, o que nos transporta para um dos temas da agenda do dia – a atracção de imigrantes (50%) e a necessidade de construir e executar políticas de emigração coerentes com o bem-estar social mas também com a nossa realidade demográfica e com o crescimento da economia. Por fim, estranho a falta de entusiasmo quanto à redução fiscal sobre rendimentos do trabalho (apenas 57%), já que, a par com a reforma/descida do IRC constituem, a meu ver, movimentos essenciais para o aumento da competitividade da economia portuguesa, para a retenção de talento e promoção do investimento.
Testemunho publicado na edição de Agosto (nº. 233) da Executive Digest, no âmbito da XLIII edição do seu Barómetro.












