O que esperar de 2024?: António Carlos Rodrigues, CEO do Grupo Casais

Testemunho de António Carlos Rodrigues, CEO do Grupo Casais

Estamos actualmente perante cenários marcados por desafios e oportunidades. A inflação é exemplo de um desafio que contribuiu para a redução do poder de compra dos consumidores e que aumentou os custos de produção e financiamento, o que levou a um abrandamento de consumo. Também os conflitos mundiais, que podem impactar qualquer plano empresarial, têm contribuído para alguma incerteza a nível económico.

O ano de 2024 é um momento em que poderá ser sentido o impacto na redução de encomendas, com a consequente diminuição da actividade industrial e a escassez de mão-de-obra qualificada, que deverá continuar a limitar a capacidade de resposta e de diferenciação das empresas.

Outra questão que está a implicar mudanças nos modelos de negócio, processos produtivos e padrões de consumo, e que possivelmente continuará a fazê-lo, é a transição energética e ambiental. As empresas devem adoptar processos alinhados com os princípios de sustentabilidade, sob pena de ficarem fora de contratos de fornecimento para as grandes companhias que já têm obrigatoriedades nestas matérias.

Porém, vemos também oportunidades para 2024, como é o caso de fundos europeus que disponibilizam recursos financeiros para projectos de investimento em inovação, digitalização, sustentabilidade, coesão e resiliência. Para além disto, o Orçamento do Estado incorpora mais medidas de apoio ao empreendedorismo e ao capital humano das empresas.

Outro ponto a destacar é o facto de que estão a ser cada vez mais explorados os serviços baseados no digital, que permitem analisar novos mercados, segmentos e necessidades, através de plataformas potenciadas pela inteligência artificial, o que pode potencializar negócios.

A evolução da ordem mundial pode também representar oportunidades na diversificação de mercados, permitindo alargar o leque de clientes e aproveitando as vantagens competitivas de Portugal (energia mais barata do que alguns mercados europeus, mão-de-obra qualificada, segurança e qualidade de vida).

Testemunho publicado na revista Executive Digest nº 214 de Janeiro de 2024

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