Randstad Insight: Um novo paradigma
Por Nuno Troni | Director, Professionals, Risesmart, RPO da Randstad Portugal
Nunca, como nos últimos anos, o mundo do trabalho, tanto para pessoas, como para empresas, requereu tanta capacidade de adaptação e de flexibilidade. À medida que nos afastamos da pandemia, o caos de 2020/2021 tende a acalmar e a desaparecer, pelo que nos podemos perguntar o que aprendemos desta experiência, sendo uma das principais questões se o regresso ao “business as usual” significa exactamente isso ou se as empresas farão evoluir os seus processos e redefinir o seu modelo de trabalho.
A turbulência de Mercado iniciada com The Great Resignation continuou durante o ano de 2022 criando um mercado hiper competitivo, destacando-se dois factores em especial: a escassez de talento, com a procura a suplantar largamente a oferta e com os níveis de attriction a atingirem níveis recorde. A questão que se coloca aos líderes das empresas e aos profissionais de RH é como lidar com algo que já não é uma trend, mas sim um novo paradigma no mercado.
De forma a não perderem competitividade, capacidade de atracção e retenção, as empresas têm de parar de ser reactivas e redifinir a estratégia de recursos humanos, a sua imagem e cultura, assegurando que a employee experience é atractiva tanto para actuais como para futuros colaboradores. O principal objectivo será garantir que as pessoas querem ficar, através de uma cultura e processos que promovam progressão, desenvolvimento, mobilidade, equilibrio e com foco em performance e produtividade.
Tradicionalmente as empresas tendem a dedicar grande parte do seu budget de formação e coaching ou para os níveis hierárquicos superiores ou para os top performers da organização. De acordo com o Randstad Research o coaching é visto, tanto por colaboradores e empresas, como algo muito valorizado, ao ponto de 9% da força laboral financiar o seu próprio programa de formação, número que sobe para 20% quando observamos apenas a geração Z e Millenial. Talvez seja a altura de olharmos para o coaching como uma ferramenta para toda a workforce e não apenas para um pequeno conjunto de eleitos, o que terá efeitos claros em retenção, engagement e produtividade.
Artigo publicado na Revista Executive Digest n.º 207 de Junho de 2023