Randstad Insight: Relatório global de competências mais procuradas 2022

Por José Miguel Leonardo | CEO da Randstad Portugal

Estamos em dezembro, um mês tipicamente reconhecido por olharmos para o que passou, e planearmos o que aí vem. Ora, para tal, deixo uma reflexão apropriada ao momento natalício.
Sabemos que o que aí vem não é fácil, isso não é novidade, mas devemos parar e refletir o que fizemos e no que podemos fazer a diferença em 2023.
Não querendo fazer futurologia, os entendidos preveem um cenário de incerteza e uma visão conservadora face à inovação e novos desenvolvimentos.
No entanto, um dos maiores focos das empresas vai ser, sem dúvida, as suas pessoas. Já está mais que falado e provado que a valorização dos profissionais contribui para a atração e retenção de talento. E num mercado marcado pela escassez, uma estratégia de employer branding forte será diferenciadora.
Para as empresas que ainda não reconheceram o valor crítico do employer branding, a estratégia do mesmo é composta por temas já aqui abordados durante o ano, como o reconhecimento das equipas, a aposta no salário emocional, a relevância da flexibilidade e conciliação para a felicidade dos profissionais. E reforço este último ponto, a felicidade, que não pode ser descurada quando falamos do sucesso das organizações. Isto porque uma fatia relevante do mercado de trabalho, 40% da geração Z, prefere estar desempregada do que infeliz no trabalho (Randstad Workmonitor 2022).
Esta reflexão, também pode ser uma auto-reflexão para as lideranças. É bom pararmos e pensarmos no papel de liderança, no que mudou e no que pode ser otimizado. Isto porque o líder, o conceito em si, está em constante evolução, para acompanhar a transformação do mercado de trabalho. Já não basta saber gerir equipas, é preciso saber ouvir, reconhecer e valorizar o potencial de cada um. É também esquecer o “one size fits all” corporativo mas olhar para a individualidade de cada um e perceber que equipas multidisciplinares, com profissionais com histórias e backgrounds diferentes, podem fazer a diferença pela positiva e determinar o sucesso que tanto batalhamos por ter.
Por isso, após um ano repleto de desafios, esta é a altura ideal para parar, celebrar as conquistas, as pessoas por trás destas conquistas e olhar para o futuro com determinação e ambição. O mercado de trabalho é cíclico e se o passado nos ensinou algo é que o reconhecimento, a comunicação transparente e o reforço da confiança das equipas pode ser determinante para o sucesso das organizações.

Artigo publicado na Revista Executive Digest n.º 201 de Dezembro de 2022