Flexibilidade no trabalho: O caminho para o sucesso

Por David Ferreira | Director de Staffing & Inhouse, Randstad Portugal

Na sociedade moderna, onde a tecnologia avança a passos largos e a globalização redefine as fronteiras profissionais, a flexibilidade no trabalho emerge como um catalisador para o sucesso pessoal e profissional. Estou certo que, como em tudo na vida, existem benefícios e desafios desse estilo de vida, e que a flexibilidade no trabalho não apenas impulsiona conquistas profissionais, mas também enriquece a qualidade de vida.

O conceito de sucesso está em constante evolução, deixando de estar exclusivamente ligado a uma carreira linear e uma ascensão hierárquica. Hoje, o sucesso é mais do que uma posição no topo de uma empresa; é sobre equilibrar realizações profissionais com uma vida plena. Prova disso, são os resultados do mais recente estudo do Workmonitor da Randstad no qual 60% dos profissionais portugueses indica que deixaria um emprego que afectasse negativamente o seu work-life balance. A flexibilidade no trabalho permite essa redefinição ao proporcionar espaço para explorar paixões, investir em relacionamentos e abraçar novas oportunidades.

É este equilíbrio entre vida profissional e pessoal que é frequentemente descrito como uma busca incessante. A flexibilidade no trabalho surge como um antídoto para esse desafio, permitindo que profissionais desenhem os seus dias segundo as suas necessidades. Conhecemos histórias de pessoas que, ao adoptarem horários flexíveis, conseguiram comparecer a eventos familiares, investir em hobbies e ainda assim alcançar metas profissionais ambiciosas.

Por outro lado, a revolução digital não apenas transformou a maneira como fazemos negócios, mas também possibilitou novos modelos de trabalho. Com a ascensão do trabalho remoto e das plataformas colaborativas online, a flexibilidade no trabalho tornou-se mais viável do que nunca. Na verdade ela veio criar oportunidades para criar carreiras que transcendem fronteiras geográficas, revelando o potencial de uma abordagem flexível para o trabalho.

Ainda assim, embora a flexibilidade no trabalho ofereça inúmeras vantagens, não está isenta de desafios, como a gestão do tempo, a comunicação eficaz em ambientes virtuais e a necessidade de auto-disciplina. Cabe-nos a nós, enquanto profissionais, superar esses desafios, transformando adversidades em oportunidades de crescimento. Cabe-nos também a nós, enquanto líderes, estar atentos às nossas pessoas, perceber que flexibilidade não implica a não entrega e o não compromisso. É muito mais sobre reconhecer, confiar e responsabilizar, a velha máxima da “máxima liberdade, máxima responsabilidade” e de como isso também contribui para o bem-estar físico e mental com claros efeitos na produtividade.

Olhando para o futuro, à medida que as organizações vão reconhecendo os benefícios da flexibilidade no trabalho, este modelo torna-se não só uma tendência crescente, como uma exigência dos próprios trabalhadores.

Termino esta reflexão com dois números do Workmonitor que mostram como a flexibilidade não é apenas uma moda passageira e que tem um verdadeiro impacto na atracção e retenção de talento: para 25% dos profissionais portugueses, trabalhar a partir de casa não é sequer negociável e para 97% o work-life balance é mais importante do que um aumento salarial.

Dá que pensar, certo?

Artigo publicado na Revista Executive Digest n.º 215 de Fevereiro de 2024

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