Porque a IA não vai substituir os humanos

Opinião de Luis Rasquilha, CEO do Ecosistema Inova. Professor da FIA, da Fundação Dom Cabral (FDC), do Hospital Albert Einstein e da ESALQ/USP (Universidade de São Paulo). Conselheiro Consultivo da Mercur e da NTT Data Brasil.

Muito se fala da IA. É um dos temas do momento em todos os círculos: acadêmicos, empresariais, familiares, …

Mas do que se trata então IA?

IA, ou Inteligência Artificial, é um campo da ciência da computação que se concentra no desenvolvimento de máquinas capazes de realizar tarefas que normalmente requerem inteligência humana. O objetivo fundamental da IA é criar sistemas que possam aprender, raciocinar, resolver problemas e tomar decisões de forma autônoma, sem a necessidade de programação explícita para cada ação.

A ideia de IA remonta a várias décadas, mas os avanços tecnológicos significativos das últimas décadas (e com mais intensidade dos últimos anos) têm permitido um crescimento exponencial nesse campo. A capacidade de processamento computacional mais poderosa, a disponibilidade de grandes volumes de dados e o desenvolvimento de algoritmos avançados são alguns dos fatores que impulsionaram o progresso da IA.

A IA é uma tecnologia poderosa e disruptiva, o que significa que ela tem o potencial de impactar profundamente vários aspectos da sociedade, dos mercados, dos negócios, das economias e principalmente das nossas vidas. Essa natureza disruptiva é uma das principais razões pelas quais a IA é cercada por polêmicas e debates, gerando dúvidas, incertezas e até mesmo resistências de todos os ângulos, pois pairam no ar diversas questões éticas e preocupações sobre privacidade, desigualdade social, desemprego e a possibilidade de que a IA forte possa ultrapassar o controle humano.

Embora a Inteligência Artificial (IA) seja uma tecnologia poderosa e em constante evolução, existem várias razões pelas quais é improvável que ela substitua completamente os seres humanos:

  • Criatividade e intuição: Os seres humanos são dotados de criatividade, intuição e emoções que atualmente não podem ser replicadas por máquinas. Essas características humanas são essenciais em muitas áreas, como arte, música, escrita e solução de problemas complexos.
  • Empatia e compaixão: A empatia e a compaixão são traços humanos que desempenham um papel fundamental em cuidados de saúde, apoio emocional e interações sociais significativas. Embora a IA possa ser programada para simular respostas empáticas, ela ainda não possui verdadeira compreensão emocional.
  • Adaptação a novas situações: Os humanos têm a capacidade de se adaptar a novas circunstâncias e aprendem com experiências variadas. Embora a IA possa ser treinada para tarefas específicas, ela pode ser limitada em sua capacidade de se ajustar a situações imprevistas ou não programadas.
  • Ética e valores: As decisões éticas e a definição de valores são intrinsecamente humanas. A IA pode ser programada para seguir certos padrões éticos, mas a compreensão da complexidade moral e ética é exclusiva dos seres humanos.
  • Interação social e empatia: Embora a IA possa simular a interação social em certa medida, os relacionamentos humanos genuínos envolvem uma compreensão profunda das emoções, linguagem corporal e nuances sociais.
  • Consciência e autoconhecimento: A IA atualmente não possui consciência ou autoconsciência. Os humanos têm uma compreensão de si mesmos, emoções e pensamentos que ainda não podem ser replicados por sistemas de IA.
  • Propósito e sentido de vida: Os humanos têm aspirações, metas e um senso de propósito que orientam suas ações e decisões. A IA, por outro lado, é projetada para cumprir objetivos específicos estabelecidos por seus criadores.

Apesar de suas limitações em relação a aspectos humanos complexos, a IA certamente terá um impacto significativo em várias áreas e pode complementar o trabalho humano, aumentando a eficiência e a precisão em muitas tarefas através da sua enorme capacidade de execução, repetição e geração de informação.

É provável que a colaboração entre humanos e sistemas de IA seja a abordagem mais bem-sucedida no futuro, onde a IA atua como uma ferramenta poderosa para ampliar as capacidades humanas, em vez de substituí-las completamente. Chamamos isso de abordagem para o Humanismo Digital.

Ao mesmo tempo nunca como agora o ser humano teve tanta informação disponível para sua atualizar e manter um escopo regular de desenvolvimento de suas competências, com foco não em ser um autômato mas sim um pensador.

Pela primeira vez, na história, o futuro do ser humano é ser humano. Apesar de termos sido treinados num contexto taylorista que nos tornou em “máquinas de repetição”.

Sabendo usar a IA como nosso apoio, sabendo o que perguntar, desenvolvendo um espírito critico ao que ela gera e conseguindo adicionar valor aos seus outputs dificilmente seremos dominados pelas máquinas, como algumas teorias suscitam.

Ou seja, a IA não vai substituir os humanos que souberem utilizá-la como sua assistente. Já os outros…

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