Eletrificar os edifícios e impulsionar os sistemas integrados

Por Victor Moure, Country Manager Portugal da Schneider Electric

Mudar o rumo das alterações climáticas começa nos edifícios que atualmente temos nas cidades – e a boa notícia é que a tecnologia de que necessitamos para atingir a neutralidade carbónica está finalmente disponível.

Tudo começa com os edifícios inteligentes, ou Smart Buildings, um conceito em evolução há vários anos. Até há pouco tempo, os progressos centravam-se sobretudo na comodidade dos moradores e nos benefícios mais fáceis de alcançar dentro na relação custo-benefício. Contudo, estamos a aproximar-nos de um novo capítulo em que os edifícios assumem novos papéis e impulsionam novos modelos de negócio – por vezes de forma voluntária, e outras em resposta à regulamentação imposta.

Do ponto de vista regulatório, os edifícios estão a seguir o caminho dos automóveis, encontrando-se nas fases iniciais de uma evolução para a eletrificação total, afastando-se do gás (e dos combustíveis fósseis em geral). Isto representa uma grande oportunidade para fomentar a eficiência energética e a neutralidade carbónica.

A indústria automóvel definiu, assim, uma tendência que os proprietários de edifícios podem seguir como exemplo – uma combinação potente que vai ajudar a otimizar e acelerar os esforços de descarbonização.

 

Os edifícios do futuro

Para que a eletrificação dos edifícios seja bem-sucedida, quem os projeta terá de confiar nas tecnologias de sensores e nos sistemas de gestão de edifícios, já amplamente disponíveis. O seu objetivo é tornar visível o invisível, num esforço para monitorizar, identificar e reportar as iniciativas de descarbonização.

Quando combinamos a eletrificação com energias renováveis, como a geotérmica e a solar, conseguimos impulsionar a descarbonização do abastecimento de energia, a eletrificação dos processos e a otimização da procura de forma fiável.

A utilização de pequenos sensores vai permitir recolher dados, analisar informações e regular a utilização de recursos como sistemas de iluminação e AVAC, com base em parâmetros definidos pelo utilizador e nas condições ambientais.

Para tornar possível a descarbonização de edifícios em grande escala, teremos de confiar em dispositivos IoT para conseguir uma maior operacionalidade. Isto é benéfico de várias formas, como por exemplo: mais eficiência, melhor qualidade de vida, maior produtividade e poupança de energia, e ainda menos desperdício desta.

Para além disso, a eletrificação dos edifícios permite aos diferentes stakeholders, incluindo as equipas de manutenção e de TI, comunicar eficazmente entre si em segundo plano, aumentando substancialmente o fluxo de informação nos Smart Buildings, e ao mesmo tempo reduzindo os custos operacionais de forma significativa. Mais importante ainda, a sua infraestrutura permite a utilização de informação que pode ser aproveitada para aplicações de ciência dos dados.

 

Cumprir os requisitos de neutralidade carbónica

Para alcançar a neutralidade carbónica, os Smart Buildings devem recorrer a tecnologias mais recentes e focadas na eficiência, como sistemas de gestão de edifícios (BMS), sistemas integrados, sensores miniaturizados, machine learning e serviços digitais.

Em suma, as empresas e os governos estão a avançar rapidamente para a descarbonização de edifícios e infraestruturas, independentemente do interesse dos reguladores. Embora possa parecer um caminho longo até lá, temos vindo a equipar-nos com os sistemas e a tecnologia necessários para fazer da descarbonização uma realidade para a qual todos podemos (e devemos) trabalhar e que todos conseguimos alcançar. O momento é agora.

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