Inundações ameaçam quase 100 milhões de europeus e 11% dos hospitais estão em zonas ‘vermelhas’

A Agência Europeia do Ambiente divulgou um relatório abrangente que lança luz sobre o impacto das alterações climáticas em todo o ciclo da água, incluindo inundações, secas e incêndios florestais. Uma das conclusões alarmantes é que um em cada oito europeus reside em áreas com risco de inundação, o que significa qualquer coisa como 100 milhões de pessoas – ou 10 vezes a população portuguesa.

Ao longo dos últimos 40 anos, as tempestades violentas resultaram em mais de 5 500 vítimas, sublinhando a urgência de medidas preventivas e de adaptação. Aleksandra Kazmierczak, especialista em clima e saúde da Agência Europeia do Ambiente, sublinha à Euronews que cerca de 15% das instalações industriais na Europa estão situadas em planícies aluviais, com mais de um terço das infraestruturas críticas, como estações de tratamento de água, localizadas nessas áreas.

O relatório também destaca a vulnerabilidade das infraestruturas de saúde, com 11% dos hospitais localizados em zonas de alto risco. Além disso, a seca e as ondas de calor representam ameaças adicionais à qualidade da água, porque aumentam a concentração de poluentes e afetam os sistemas de refrigeração de centrais nucleares e da agricultura.

Em termos económicos, as perdas causadas pela seca nos setores da agricultura, abastecimento de água e energia são estimadas em cerca de 9 mil milhões de euros por ano, destacando-se a necessidade premente de ações mitigadoras.

Face a este cenário preocupante, a Agência Europeia do Ambiente apela à limitação do desenvolvimento em áreas de risco e propõe soluções baseadas na natureza, como a plantação de árvores e zonas com vegetação para a retenção de águas pluviais, bem como a reutilização das águas tratadas.

Além disso, insta à implementação de sistemas de alerta precoce mais eficazes para reduzir o impacto das catástrofes naturais.

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