…E as guerras que parecem não ter fim…
Por Ricardo Florêncio
Basta estarmos minimamente atentos, para nos apercebermos dos inúmeros conflitos que estão a ocorrer por esse mundo fora. São mesmo muitos e em todos os continentes. Mas obviamente há dois que nos tocam de um modo muito diferente. Não só pela proximidade dos mesmos, pois estão mais perto, mas essencialmente pela brutalidade das imagens que todos os dias entram nas nossas casas, nas nossas vidas. E não é só a brutalidade, mas a incredibilidade face às infâmias que vamos vendo. Uma guerra deveria ser combatida por combatentes, guerreiros, soldados. Mas as imagens que vemos é de civis, de unidades, prédios e outros edifícios civis, de crianças. Imagens de guerras de outros tempos, de outras realidades que nada têm que ver com o século em que vivemos.
E tudo isto afecta-nos de um modo muito vincado (obviamente, de um modo totalmente diferente de como afecta os directamente envolvidos). Não só pelo lado da falta de matérias-primas, e de quebras e atrasos nas cadeias de abastecimento, mas especialmente pela incompreensão, pela incapacidade, pela angústia de ver aquelas imagens, o que provoca alterações aos comportamentos e estados de espírito nas pessoas. E agora, e pelo arrastar das guerras, por uma certa indiferença generalizada, muito pouco digno de sociedades, ditas, modernas e desenvolvidas. E o que não se entende mesmo é que, com tantas organizações internacionais, não se consegue acabar com essas guerras, questionando-se, assim, qual o papel e importância das mesmas. Por vezes, até pode ficar a ideia, de que há pouco interesse em resolver estes conflitos.
Não faz sentido!
Editorial publicado na revista Executive Digest nº 220 de Julho de 2024