E agora, 2024…

Por Ricardo Florêncio

Vamos terminar o ano de 2023, numa conjuntura muito diferente do que se poderia esperar no início deste ano. Atravessamos uma crise política (e não pela queda do Governo mas, também, pelo gradual mas contínuo afastamento entre a política e a sociedade), que leva a que todo o mundo político esteja desde já em plena campanha eleitoral, e as grandes decisões, as possíveis reformas, os investimentos estruturais, fiquem mais uma vez adiados. Vivemos também uma crise ímpar no serviço nacional de saúde, num clima de contestação constante no ensino, e em mais algumas situações, cujos principais prejudicados são a própria sociedade, a economia, o País. Há a boa notícia da redução do peso da dívida pública, em termos de percentagem do PIB, mas esta boa notícia é muito alavancada por uma carga fiscal excessiva. É baseada nas receitas fiscais actuais e na projecção futura, que temos vindo a assistir a esta redução. Mas é aqui que reside o busílis da questão. É que as projecções de receitas fiscais para 2024 apontam para valores de consumo, de volume de trabalho, de impostos, que há data de hoje parecem pouco plausíveis. Será que o consumo vai aumentar, ou mesmo manter? Será que a taxa de desemprego vai continuar nos níveis actuais? Começa a haver alguns sinais de que a situação pode não ser bem assim. E por isso, voltamos a virar-nos para as empresas, as verdadeiras alavancas da nossa economia, na expectativa e na esperança de que possam, e consigam, ultrapassar todas estas adversidades, estes entraves, e continuem o seu rumo. E também, e mais uma vez, parece ser o Turismo um dos nossos principais sectores e actividades de crescimento económico, pelo que, e por favor, não matem a “nossa galinha de ovos de ouro”.
E agora, 2024…

Editorial publicado na revista Executive Digest nº 213 de Dezembro de 2023