E agora 2023…

Por Ricardo Florêncio

Se no final do ano passado a incerteza e alguma prudência estavam a marcar o início do ano de 2023, juntou-se rapidamente a instabilidade. O início do ano está a ser marcado por um conjunto de greves, instabilidade social e diversos casos que vêm aumentar o nível de incerteza dos próximos tempos e colocar em expectativa os intervenientes no mercado. Obviamente que se entende que, face ao nível de inflação actual e ao aumento das taxas de juros e custo de vida global, o qual não estávamos habituados, nem minimamente preparados, leva a uma nova onda de reivindicações e exigências. Mas os fundos são limitados. Quer do Estado (que são basicamente os impostos que se pagam), quer das empresas. E assim, como encontrar os pontos de equilíbrio e de compromisso? Difícil, mas de resolução com urgência, pois o País não pode parar. Não temos possibilidade de parar. Face aos tempos que enfrentamos, é mesmo altura de avançar. Este ano de 2023 será um ano pleno de desafios, mas também de muitas oportunidades para Portugal. O PRR desenhado, e aprovado, talvez não seja o que melhor serve Portugal e a nossa economia. Mas não deixam de ser muitos, e muitos, milhões de euros que vêm para Portugal, e que temos de aproveitar. Portugal, por diversos ordens de razão, continuar a ser procurado por empresas e por investidores estrangeiros. Aproveitemos. E a nossa capacidade de resistência às adversidades, de resiliência, é bem conhecida. Tem-nos faltado ambição. Pois é a altura de a voltarmos a ter. Temos tido falta de capacidade de tomar decisões, muitas vezes estratégicas (como é o caso no novo aeroporto de Lisboa). Pois é altura de as tomarmos.
Ou seja, nós somos capazes. Vamos a isso!

Editorial publicado na revista Executive Digest nº 202 de Janeiro de 2023